UMA SUPOSTA DESPEDIDA
 
 
Santa Catarina, 15 de julho de 2010
 
 
Deusa,
 
 
 
É muito bom saber que tu existes. É muito bom para mim, saber me expressar assim. Se assim eu me expresso, é porque ainda gosto de ti. Entretanto, eu confesso que sempre é bom lembrar os momentos felizes que tivemos a sorte de comungar. Nada fará com que eu me esqueça de ti, a não ser, é claro, que eu me apaixone com a mesma intensidade por outra mulher, assim como eu me apaixonei por ti.
Talvez, racionalmente, eu entenda a tua situação e a forma como tu agiste, é que, às vezes, nós temos interesses que são maiores que as questões emocionais. Compreendo muito bem como tu agiste racionalmente, sacrificando inclusive os teus reclames emocionais. Também acho que essa questão de amor, aliás, um tanto ou totalmente subjetiva, é facilmente administrada e sublimada, diante das necessidades da vida ou diante dos bens materiais. Apenas acredito que seja assim.
Entretanto, eu te confesso com muito orgulho e prazer em te dizer que, tu ficarás impactada em mim como a melhor coisa já acontecida. Por isso, jamais esquecerei os momentos íntimos que desfrutamos e terei sempre em minhas lembranças, os teus lindos olhos e o teu corpo inteirinho sempre sedento de carinho e amor.
Eu me permito pensar que, talvez o destino em seus trâmites, por nós desconhecidos, tenha identificado e sentido que não seríamos felizes juntos. Eu sei que a estrada do destino, às vezes, nos engana, pode ser inclusive que ele nos tenha afastado para evitar um mal futuro e maior.
Eu sei que estou sendo muito prático, quando deveria ser mais emotivo e te dizer que ainda morro de amores por ti. Mas isso não faz a menor diferença para ti agora, é uma coisa totalmente minha. É de foro íntimo e acredito que o próprio tempo irá sublimar.  Eu não tenho culpa de não ter a mesma contextura emocional que tu, eu sou emotivamente frágil e romântico, frágil no sentido de sensitivo, dócil, sonhador e poeta. Mas quanto a ti, eu sei que tu és totalmente prática, diria até que tu és uma mulher de resultados. Eu gostaria de ser assim. Mas para o bem ou para o mal, eu sou como sou. Confesso também que, não sou capaz de trocar o meu estado emotivo atual, por coisas ou situações materiais que, por uma questão de formação, as considero totalmente efêmeras.
Um beijo minha querida, somente para saberes que eu ainda existo.