Existência.
Passei pelo dia, cheguei ao entardecer e, de
repente, a noite caiu sobre meus ombros.
Tudo parecia igual, mas era bem diferente.
Um dia vazio, um entardecer acinzentado e
uma noite mais fria que as anteriores.
Dei-me conta de que os fragmentos dos meus
pequenos sonhos já não existiam.
As perspectivas de paz e tranqüilidade foram para
bem distante.
Há a sensação de que, ao me separar das pessoas,
vou deixando, com elas, parte do que sinto e penso;
como se fossem pedaços de mim, ficando por uma
estrada longa, fria e empoeirada.
Sinto um envelhecer, não precoce, mas bem mais que
acelerado.
Tento entender o que faz com que os meus sentimentos
e o meu comportamento me coloquem, sempre, em cenas
de crimes que não cometi.
Penso em ficar triste, mas não alcanço este estágio
da existência humana.
O que estará acontecendo?
Estarei sendo embrutecido?
Estarei fazendo o que é ‘normal’, me deixando
acostumar?
Não encontro as respostas que preciso, tudo se
transforma numa grande confusão.
Recorro a Deus, mas só o que ouço são conselhos
para fazer uso do livre arbítrio.
Falo com Jesus Cristo, mas Ele diz que já ensinou
tudo que eu precisava saber.
Assim, (meio perdido?!), continuo o meu longo
caminho, em meio a esta confusão que é o existir.
Julho de 2010.