Para aquele breve e forte amor...
Hoje eu tive uma experiência amorosa, na verdade sexual, com alguém que, embora exale beleza e ternura, jamais chegará a me envolver de um modo tão completo como você me envolvia.
Eu bem que tentei, me esforcei para não fazer comparação, mas inevitavelmente, após as longas horas de gemidos cálidos, soluços intensos e gozo extasiado, recobro meus sentimentos humanos para descobrir o quão vazio e sem sentido foi tudo aquilo que eu fiz.
Lembrei-me logo das curtas horas em que nossos olhares se cruzavam. Jamais tive momentos tão intensos e tão profundos quanto aqueles. Dispensava-mos as palavras, pois nossos olhos e nossos corpos se entendiam. O leve toque dos teus dedos contagiavam todo meu ser de uma energia pulsante e arrebatadora. Meu corpo e minha mente viajavam na vastidão do infinito quando, apoderado por teus braços, me conduzias a delírios de paixão.
Parece-me bem que se eu vivesse a eternidade do teu lado nada mais seria que um minuto, pois toda existência me fora demasiadamente curta quando estive em tua companhia. Foram apenas horas velozes e raras o tempo em que passamos juntos, mas de um prazer inestimável.
Não como hoje, que varei a noite e entrei pela manhã e durante todo dia de amassos e beijos e, claro, desejos e prazeres compartilhados, mas nada significou muito, nada me completou e me deu a antiga sensação de correr vida dos teus lábios para os meus.
Descobri, tristimente, que te perder foi perder também muito mais de mim. Levará um bom tempo para eu aprender a viver sem você e estar pronto para um novo amor, e até lá, devo sofrer a agrura de tentar disfarçar minha solidão com um pouco de sexo frio e sem sentido.
Tomara, amor, que encontres logo outros beijos tão devotos a ti quanto os meus. Queira Deus tu sejas mais feliz que eu. Pois por hora, vivo apenas de lembranças fazendo amor com a solidão.