CONFESSO

Confesso que quando o conheci eu não conseguia ver a realidade dos mais simples pormenores. A questão hoje é complexa: a existência de alguns anos de convivência ou sobrevivência...

Confesso que só há pouco tempo me dei conta do que vivemos, e de tudo que afirmava sentir por mim - sempre tive minhas dúvidas.

Confesso que lembro do início do conto de fadas.

Sei que você nunca mais será o mesmo. Tua beleza era pálida e tua alegria era forçada. Acreditei em nobres sentimentos e falsos sonhos - você se fantasiou para um carnaval.

Confesso que me iludi, pois me conquistou com a sua aparente falta de amargura e de tristeza... você até fingia não ter rancor no coração. Fiquei desnorteada e desviei o meu caminho de tudo que não era "bom" para você. Mudei o meu mundo por nada. E equivocadamente te dei um voto de confiança, crendo que você seria a minha bússola para o Norte...

Confesso que não posso prosseguir com essa bússola tão primitiva, ela transformou-se em algo que já não sei o que é...

Sim, a esperança foi enterrada, e já estou tirando a poeira das minhas vestes e acertando os ponteiros.

Outrora ansiava por essa bússola para me guiar para o Norte, hoje não mais.

Sinto que o teu caminho é para o Sul; pois então vá!

É para lá que deves seguir.

Janna Olliver
Enviado por Janna Olliver em 10/07/2010
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T2369346
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