Carta ao Leitor XVI (T846)
Como vai meu caro leitor, ou confidente, mas estou aqui para falar do amor, não sei se já te escrevi sobre ele, mas mesmo que tenha escrito, talvez ainda não abordei este tema.
Ah, o amor tão sofrido em alguns momentos, mas também tão emocionante quando amamos e somos amados, pois isto é amor da reciprocidade. Não sei se você que me lê e recebe tantas cartas minhas poderá concordar, talvez nunca saberei sua opinião, mas o que faz uma pessoa se apaixonar por alguém que nunca viu pessoalmente, pois hoje eu vejo uma gama muito grande de pessoas que se conhecem nos computadores da vida, e juram amor eterno, mas será que isso pode um dia se tornar uma realidade?
Onde buscar um resposta certa, se há tantas por aí, e cada uma diverge da outra, mas acho que a verdadeira resposta está em nosso coração, em nossa crença que isto aconteça ou não.
Na verdade pode ser que aconteça, mas digamos será que às vezes não estamos a nos iludir, principalmente se esta pessoa está numa distância razoável de nós?
Há muitos fatores que teríamos que ponderar, e que não poderiam ficar de fora sem serem analisados, pois um teria que abdicar da vida que tinha para confiar plenamente em uma nova vida, uma vida que não teria a mínima idéia do que seria, mas qual dos dois teria essa atitude, talvez a percepção de onde seria melhor e com mais probabilidade de um crescimento, mas será que isso seria possível,
simplesmente largar tudo que tem conhecimento para tentar uma nova vida? Ainda não tenho respostas a tantos questionamentos em minha mente, mas sei que se torna mais difícil, não digo impossível, mas difícil pela circunstância, a distância é a mais relevante de todas, sei que o leitor sabe de casos que já deram certos, mas são ínfimos se formos enumerá-los, são muito poucos que podemos citar como casos que deram certos, e não posso deixar de citar casos que acabaram em tragédia, e outros que não passaram de promessas virtuais e nunca saltaram para o campo real.
Digo isso com plena certeza, que se torna desmotivador quando estamos interessados em alguém e algo se torna um empecilho em nosso caminho, pode ser a distância e também a vida que a pessoa leva, quero dizer, pode ter filhos pequenos, não digo que filho é uma barreira para se recomeçar mas é um fator que nos leva a pensar mais, pode estar comprometida e ficar em dúvida se vale a pena investir num relacionamento novo.
Só posso dizer que não vejo uma perspectiva positiva em algo que é separado pela distância, mas também não coloco como impossível, só o tempo poderá mostrar o que vem pela frente, só o destino poderá dizer se este amor estava escrito e traçado.
Alexandre Brussolo (09/07/2010)