Labirinto da Dor

Lágrimas.

Novamente nascem em meus olhos.

Já nem sei seu significado. Nem a sua origem.

Estou preso num labirinto, o qual eu mesmo ergui as paredes; e agora não encontro forças para derrubá-las. Estou esgotando a sanidade que me resta. Neste labirinto meus gritos são calados. Minha voz ninguém pode escutar. Até mesmo eu fico confuso, perguntando-me se realmente posso ouvi-la ou se é apenas delírio de minha fragilizada mente.

Às vezes esqueço quem eu sou.

Neste labirinto, além de procurar a saída, luto para recompor meus pedaços que estão espalhados pelo chão. Nuvens negras e pesadas surgem. A tempestade está chegando. Antes eu não sentia medo, mas agora sim. Antes eu possuía um refúgio para me esconder. Mas hoje eu não possuo nada, nem mesmo uma voz para me indicar onde está a saída para a liberdade.

Lágrimas e mais lágrimas.

Elas correm pela minha face; parecem se divertir em cada traço de meu rosto.

Será que estou em um pesadelo?

Caio. As forças aos poucos me abandonam.

Nem mesmo a Lua eu posso ver.

Começa a chover. O frio me abraça e não há outra opção senão aceitá-lo. Estou entregue ao desespero. Mais um dia de luta, mais uma batalha perdida. O medo também quer me abraçar. Este é mais forte, eu não o quero, mas ainda sim sinto o seu toque.

Trovões, raios e relâmpagos me assustam.

Para onde foi o meu refúgio?

Deve estar consolando outro coração agora. Abrigando outro alguém, enquanto eu padeço aqui.

Denis Batista Santos
Enviado por Denis Batista Santos em 02/07/2010
Código do texto: T2354187
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