EU ME VI EM CACOS
Eu me vi de asa quebrada.
Borboleta espatifada.
A amplidão me chamando.
E eu ali no chão largada.
Eu me vi em cacos.
Sem sonhos, sem ilusão.
Com uma ferida enorme no meu pobre coração.
Eu me vi acabada.
Derrotada.
Achando a vida uma maçada.
Eu me vi no fim da linha.
Vi a morte se aproximando e quis reagir.
Precisava encontrar novamente encanto no meu existir.
Como meus dias eu enfeitaria?
Por sorte tinha n’alma a poesia.
E algo me dizia...que outro amor encontraria.
Eu me vi em cacos...
E com eles um mosaico eu montei.
Uma figura de mulher sorridente eu criei.