Escrevendo sobre o dia de minha morte.
Bem, lembro-me que era fim de tarde, ou seria um amanher de sol?!...
Não importa, nunca é tarde pra nada, e muito menos cedo pra tudo.
Recordo-me de ter visto pássaros, uns cantando e outros buscando,
aqueles que cantavam eram sublimes, em seus acordes fortes e timbres finos, encantavam meus ouvidos, e aliviavam minha alma entorpecida...
Já os que buscavam, ah sim, estes em seus intermináveis e incontáveis: procurar e achar, algumas vezes se enganar,e outras com alegria encontrar..
Observei-os por minutos eternos, porque a eternidade agora me era,
ao olhar atento de minha alma, um minuto, um segundo que não se perderia jamais...
Eis que quando ainda em vida, nada notava neste sentido, nem o barulho da música, e nem o alcance da busca...
E agora já entorpecida, parto feliz porque encontrei nestes breves segundos de reflexão, o que a vida toda eu não consegui...ampliar meus sentidos.