Ilusões

Te aperto junto ao peito,

como se estivesses aqui comigo.

Te olho, te toco, te cheiro, mato a saudade.

Enfim, abro os olhos,

e uma lâmina afiada de realidade

ultrapassa meu peito,

me fazendo sangrar em lágrimas.

Acho que morri.

Ainda não.

Tentando conte-las novamente fecho os olhos,

e me vem todos os nossos sorrisos e despertares juntos,

ahh, eu desejo jamais abrir os meus olhos,

dentro de mim se forma uma imagem tão real de ti,

que quase chego te materializar junto a mim.

Estou ébria a vagar pelo meu eu que é você.

Te procuro pelos cantos da infinita escuridão que se tornou meu intimo.

Por quanto tempo continuarei a vagar tão só?

Novamente te aperto junto a mim, e te peço:

Não vá!

Mas é inútil, você some na poeira dos meus sonhos.

E uma dor indescritível me arrebata das chamas do inferno sem ti.

Não sei se abro os olhos ou continue te procurando,

não sei se morri, não sinto mais meu coração.

Que sensação horrível.

Não sei onde estou, não quero voltar sem ti.

Alguém me carregue, não tenho mais forças, a dor conseguiu me vencer.