APENAS UMA CARTA

Amanheci com uma saudade imensa de ti. Resolvi então escrever algumas linhas e colocar nelas um pouco da minha solidão.

Alguns dias de felicidade tive em meu viver. Você proporcionou e, por um pequeno espaço de tempo alegrou meu viver.

Dias passados juntos em que apenas ao te ver ficava a me sentir imensamente feliz.

Ao olhar para o nosso quarto, ao canto uma bela penteadeira ainda desarrumada onde te maquilavas e após, usava a mistura de pelo menos dois perfumes que davam um toque especial ao odor que de ti emanava.

Quarto frio de calor humano e, eu sozinho continuo a lembrar de ti, sentir tuas mãos a me tocarem sempre que ficava em frente à janela a olhar o por do sol. Sempre te aconchegavas e gostavas de ao me abraçar oferecer teus lábios a pedir os meus e assim, sempre começavamos o nosso amar, nossa entrega e por quantas vezes assim ficavamos a deitar e rolar em nossa cama por horas.

Lembro-me que gostavas de ficar entre minhas pernas e deitar, te jogar sobre mim a sorrir.

Assim foi por um longo tempo nosso viver. Ao anoitecer o aconchego, os carinhos distribuidos por nós a nós, a ternura no toque dos lábios e no amar a entrega única, verdadeira e sem barreiras.

Um amor de verdades, sem luxúria ou divícias pois, a única divícia era nosso amor.

Com o passar dos tempos fostes ficando arredia e um belo dia me dissestes que era chegada a hora da tua partida.

Não sei até hoje o que senti no momento mas, quando tomei novamente posse de mim, tinhas partido.

Hoje vejo que até no momento da tua partida demonstrastes teu amor por mim. Nunca me falastes nada e apenas te entregastes mais e mais a nós, nosso amor, nossa vida.

Não partistes, apenas estás ausente por uns tempos a preparar nosso novo lar e sei estás a esperar-me.

Minha vida, não sei quando posso partir pois temos nossos filhos que ainda precisam muito de mim principalmente agora na tua ausência. Nosso neto, lembras? Sempre te procura e eu, evito olhar nos olhinhos dele para que não veja nos meus as lágrimas.

Aqui vou ficando amada. Um vazio, um deserto dentro de mim. Sinto frio, um frio que somente teu calor conseguia conter.

Sei que já encontrastes teus pais assim como os meus. Desta festa em breve estarei a participar mas, perdoe-me ainda não posso partir.

Beijos, te amo viu.........

BCFerr
Enviado por BCFerr em 22/06/2010
Reeditado em 17/04/2014
Código do texto: T2334601
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