O CACHORRO CORRE ATRÁS DO PRÓPRIO RABO
“Moncks! - sempre e grande Moncks! teus poemas são uma PAIXÃO avassaladora! "...zelo de amar o doloroso...";"...cantar o amor é cantar o espelho das ausências/quando o poema tem esse ar distraído de que se pode superar a falta do que amamos/sinto que nasce o poeta com sua coroa de louro na visão do terceiro, e dentro de nós somente o fetiche..." - Nesses versos o coração soluça a insolução, a precariedade, a transitoriedade... enfim, fugaz é o sentimento que rodopia dentro de nós , sem sabermos pra onde ele se dirige. -Moncks: o amor é sempre o grande e único tema (Stendhal). Sabes que não gosto da análise acadêmica ou erudita. Prefiro o 'feeling' do leitor. Prefiro ser o outro dentro da mesma realidade, ou seja, o que lê o poema, que o sente e que, por isso mesmo,nessa própria leitura reescreve a intimidade do poema tal qual ele a sentiu. Mas és DEZ! Tá ótimo!Meu carinho e a admiração de sempre. Lígia Antunes Leivas.
Enviado por lilu em 05/09/2006 00:46
para o texto"PECADOR EM NOME DE DEUS".
O "Zelo de Amar" - só um artista 'quintessência' é capaz de fazer a paráfrase do seu próprio texto... autoparáfrase... Moncks: no leito de nossos rios, temos a mesma verdade: no amor, a saudade é a única e real possibilidade... E é por isso que 'A noite não é um tempo calado'. Abraços, Lígia (lilu)
Enviado por lilu em 05/09/2006 02:07
para o texto"O ZELO DE AMAR".
Vês como os afetos são fundamentais para a nossa reconstrução? Sim, porque em verdade reconstruímo-nos a partir do elixir dos estímulos, dos desafios sobre a areia movediça de ir vivendo.
Foi exatamente o teu generoso comentário analítico postado no Recanto das Letras, pleno de coração e de humanidades, que me deu a idéia da tal autoparáfrase. Em verdade eu nem sabia que estava fazendo – escrevinhando – esta ação com nome feio, esdrúxulo duas vezes. Tu me dás cada lição de novidades!
Ressaltaste que havia poesia naquelas metaforazinhas, aí deu vontade de expô-las autônomas.
É um exercício que gosto de fazer. Algo como o cachorro correndo atrás do próprio rabo. Coisa de pessoa inútil, que não tem nada o que fazer além de cerebrinar-se.
Parece-me que ficou bem. Vês o que é o milagre da confraternidade?
Ah! Como fica bom parafrasear a inutilidade, num país em que se trabalha tanto e se ganha tão pouco!
– Do livro CONFESSIONÁRIO - Diálogos entre Prosa e a Poesia. Porto Alegre: Alcance, 2008, p. 239:40.
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/233227