A primeira das cartas que voce nunca chegará a ler.

Virei a página. Te esqueci.

Mentira.

Penso em você a cada instante.

Meus dias estão cheios de instantes seus. Lembranças minhas.

Não posso dizer o que me dói, já que não acontecemos.

Você deve saber que me dói não termos acontecido.

Machuca não te ver.

Não pense que te amo com todas as forças, esse cliche não serve pra você. É só um amor recolhido - desses que não ocorreram e nem vão.

Também não vou dizer que te desejo toda a felicidade. Sendo o que sinto obsessão, me vejo no direito de ser egoísta, e verdadeira.

Meu jogo é limpo.

Quero acreditar que você só será feliz ao meu lado. E se não quiser vir, curta a sua infelicidade sozinho.

Já eu, arranjo outro, melhor que você.

Que criancice a sua de me iludir com falsas promessas, dessas que se compra em qualquer esquina.

Tudo bem, confesso. Você nunca me iludiu com tuas palavras, nem com atos. Fiz isso sozinha.

Me iludi com todas aquelas coisas que pensava antes de dormir, e logo após acordar.

Queria te fazer ver que não foi perda de tempo. Foi tempo de menos, até mesmo pra mim. Aparentemente apenas pra mim.

Preciso de mais umas três semanas, pra te mandar ir ou te fazer ficar.

Queria te dizer tanta coisa, mas não vou.

Você sabe como me encontrar.

Desirée Couto Keller
Enviado por Desirée Couto Keller em 17/06/2010
Código do texto: T2325170
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