Abrindo meu coração

Queridos amigos,

Recentemente, eu andei enfrentando muitas dificuldades relacionadas ao meu primeiro livro, um volume de contos de temática sobrenatural, que eu escrevi primeiro à mão e, depois, passei a limpo para o computador. Lutei muito para conseguir registrar e depois mandei, por e-mail, para algumas editoras. Finalmente, consegui que uma se dispusesse a publicá-lo. Na semana passada, os exemplares vieram por Correio e eu fiquei entusiasmada mas, uma pessoa ligada a mim, cujo nome não mencionarei, disse que o livro era uma porcaria da qual ninguém iria gostar. Fiquei muito magoada e, desde então, não dirijo a palavra a essa pessoa. Ela, vendo que eu estava com raiva, rebateu que eu só poderia crescer através de críticas e ainda ficou fazendo chantagem emocional, dizendo que eu a maltratava, não era compreensiva nem via a realidade das coisas. Bem, dizer que o que uma pessoa fez não é uma crítica, é uma crueldade. Criticar não é dizer que o que uma pessoa fez não presta, mas dar dicas para ajudar.

Isso me magoou porque, escrever, para mim, é a minha vida. Eu amo escrever e sou muito exigente comigo mesma. Quando eu escrevo, esqueço o mundo e tudo o mais. Além disso, eu quero tocar quem me lê, proporcionar bons momentos. Não escrevo querendo vender muito, escrevo porque não consigo viver sem fazê-lo. Se eu não pudesse mais escrever, seria como se um buraco passasse a existir em mim.

É horrível quando alguém, sem medir as palavras, enxovalha algo feito com tanto amor e que para você significa tanto. As pessoas, às vezes, são muito cruéis com seus semelhantes. Zombam sem pesar o que dizem, não se importam com a extensão da dor que podem causar ou com o efeito que palvras grosseiras podem ter na vida de alguém. Palavras podem ser muito perigosas e ferir mais do que armas, mas também podem ser revigorantes. Por isso, precisamos tomar cuidado com o que dizemos. Frequentemente, eu ouço que não vou direto ao assunto quando falo. Pode ser verdade, mas é porque eu considero os sentimentos das pessoas e acho que dizer a verdade é uma coisa, ser cruel é outra.

Por causa da pessoa que chamou meu livro de porcaria, eu cheguei a duvidar de mim como escritora. Pensei: " e se ele estiver certo? Então, o que eu escrevo não vale nada?" Aí, eu pensei em quanta gente tem me lido no Recanto das Letras, enviando-me comentários tão encorajadores. Seria possível que tantos estivessem errados ou mentindo só para me agradar? quando eu entrei para este clube virtual, foi a coisa mais difícil que eu fiz. Eu sabia que escrever e publicar meus textos aqui iria, de certa forma, expor um pouco de mim e que eu iria expor meus textos ao julgamento alheio. Bem, tanta gente não iria mentir me elogiando, não é?

Ontem, mandei meu livro, anexo ao meu e-mail, a uma amiga que também publica. Ela disse que leu eu conto e adorou. Deu-me os parabéns. Se ela soubesse a coragem que exigiu de mim mandar para ela o livro para que desse sua opinião.

O caminho do escritor nunca é fácil mesmo. Mas eu penso que, se tanta coisa está concorrendo para eu poder escrever, é porque estou no caminho certo.

Que o caminho de todos vocês seja abençoado.