Às quatro da manhã.
Já passava das vinte três horas quando fui dormir.
Não sei quanto tempo depois comecei a sonhar.
No meu sonho as pessoas se amavam plena e
verdadeiramente.
Cumprimentavam-se com beijos e abraços; todos
os encontros eram festejados com muita alegria.
As fronteiras que dividiam a humanidade tinham
sido suprimidas; todos entendiam-se como nunca.
Já não havia mais guerras e as conquistas de novas
descobertas tecnológicas eram compartilhadas.
Ter saúde ou ficar doente era opcional; havia ética
medica e os hospitais funcionavam.
Ignorância ou conhecimento não era uma questão
de oportunidades; todos tinham acesso ao sistema.
Política era uma atividade saudável e prazerosa;
esta classe de trabalhadores não tinha remuneração.
A fome não assolava nenhum dos continentes.
A língua oficial era o amor pleno e universal; não
havia desentendimentos.
A prática de crimes era coisa do passado; as pessoas
respeitavam-se sob todos os aspectos.
Todos tinham que ser felizes; a tristeza era um ato
passível de punição!
Acordei às quatro horas da manhã, assustado e
transpirando muito; no meu sonho eu morria de tédio.
Que loucura!
Aqui não é o lugar para viver deste jeito!
Junho de 2010.