A ermo

Triste de mim que todos os dias sorvo mais uma taça de solidão.

Meu amado? Nunca mais toquei.

Ouço apenas os passos do meu medo.

As sombras me abraçam e eu me entrego aos sentimentos torpes da dúvida.

A sua falta me leva os sentidos.

Por quanto tempo mais ainda estarei aqui?

Envolvida no seu silêncio que me envolve feito uma cobra a torturar suas vítimas, eu saboreio lentamente a morte de minh'alma.

Será que você estará onde eu irei acordar?

Ultimamente você é pensamento fulminante no meu peito.

Eu mal consigo respirar e você já vem como um sufoco mental.

Não há noite e não há dia, eu não tenho sono, não tenho vida, meus amigos me deixaram, cansados da minha fiel insistência em te querer.

Mas eu não me importo.

Eu apenas suporto sem reclamar.