REVELAÇÕES
Aí... Nem pensar no tempo que passou,
se choveu, se fez frio,
se houve primavera naqueles anos,
se em cada um deles, houveram flores suficiente.
O suficiente para, aquele vasinho na janela
o arranjo do alpendre
o ramalhete, da professora da escolinha!
Quem dera soubesse a resposta,
pudesse eu cantar, o canto
singelo da coruira.
Quem me pode assegurar
que o raio de sol, que invadiu bem cedo
minha janela,
era o raio de sou do verão.
Queria eu, poder apanhar apenas um;
tão sómente um daqueles raios
e iluminar, pra sempre os seus passos...
Eu orei a cada, manhã, noite e dia
tão premente, louvei seu suspirar
garanti que seus primeiros passos,
alcançassem o objetivo, de tão sómente ficar de pé!
Chegou o outono...
trouxe com ele as aguas, que a tudo regava
dando vida, amparo e abrigo
com ela o renovar o renascer...
E tão simplesmente; se foi.
deixando marcado, na terra sequiosa e fértil
traçado, em covas, perfeitas distas de igual
passo a passo... o seu caminhar.
O seu desenvolvimento, foi...incrivelmente, perfeito!
Ninguém, que de ti se agradou,
tendo sómente de ti, mero abraço de ti se esqueceu.
A coruira, cantou o rouxinol ao longe
com tão bela harmonia anunciou...
E o inverno se fez!
Voce, já de tez, feita e crescida
Já sabia: andar, cantar, dar com amor lindas flores,
nas noites de afogo, a massagem que dava vigor
restaurava-me, aliviava-me da dor do cansaço...
E assim adormecía-mos, na certeza do grande elo de amor!
Furtuita e sagaz, veio o desalinho,
contrário a tudo, que um dia, eu pra voce idealizei.
Se fez rogado, não quiz me ouvir,
e sem ter meu abrigo...de quem se fez amigo?
...Mais ainda há, tempo
vamos lá, bem de vagar, caminhar passo a passo,
reaprender que a jornada,
exige persistência,
coragem e retidão.
E eu estarei, bem "aí"
ao seu lado ou onde estiveres, meu filho,
segurando-lhe a mão!
Caminhe na direção do sol,
alcanse aquele raio que é seu, sómente seu!
pense naquele petiz,
que todos os dias te aguarda ancioso,
pra massagear teu cansaço.