Esses momentos felizes a quem costumamos chamar felicidade.
Maceió, 17 de maio de 2010.
Criança querida,
Não chora! Tenho pena quando choras e cada lágrima tua me custa toda uma vida; e eu já não tenho as sete vezes sete vidas que tinha. Cada soluço teu parte esse velho coração já tão rachado pelos soluços todos que não dei conta de calar.
E é por não poder calar soluços que as vezes me vejo naufragada no oceano das lágrimas que fui impotente para deter. Minhas lágrimas não pesam...ando sempre tão ocupada que o vento e o sol da manhã acabam sempre por secá-las e, mais das vezes, nem me lembro por que chorei ou se chorei. Mas, as tuas lágrimas são chumbo derretido, caem sobre minha cabeça, me cobrem de lástima, ulceram e angustiam, por que não as pude deter.
Quisera não secar tuas lágrimas mas impedir que caíssem. Quisera encher o teu caminho de flores, de seda, de plumas macias. Quisera eu poupar você do sofrimento atroz que é viver, mas eu não posso!
Ai! Não posso sequer pedir que tal não se dê, embora meus pedidos sejam apenas mais um pedido saído da boca desesperada de uma mãe carregada de impotência diante da crueza dos ftos, da vida, do mundo.
Não chores mais criança! Não chores ainda. a mocidade ainda está no teu rosto, tuas mãos e pés jovens ainda podem te levar distante e no caminho não há apenas sofrimento, há também alegrias e realizações, esses momentos felizes a quem costumamos chamar felicidade.
Tua mãe