Ainda te procuro.
Esta carta foiu escrita por mim logo após a morte de meu filho querido. Comprtilho-a somente agora nesse recanto, depois de tantos anos guardada.
Quando sentires saudades de mim, procura-me no brilho de uma estrela. Mas se o céu se tornar nublado, lembra-te que o vagalume também ilumina e lá estarei.
Se a saudade apertar, busca-me no desalento do desesperançado, poi alí reside toda a minha aflição.
Mesmo que a saudade não passe, busca-me no vai e vem das ondas do mar, que nunca se cansam de bater nos rochedos.
Quando sentires saudades de mim, lembra-te que a minha saudade é maior que a tua e que tambám te procuro nas mesmas coisas que me procuras.
Se nossas estradas ora se bifurcam, lembra-te que todas levam a um lugar comum, e que no fim da trilha nos encontraremos outra vez.
O tempo agora parece uma eternidade. Mas o que é a eternidade? Nada mais que um segundo.
Um dia, quem sabe, no final da estrada, num campo florido estaremos juntos novamente.
Se sentires saudades de mim, não chore, as lágrimas são pérolas tristes nessa moldura de Leonardo da Vinci, que é o teu rosto. Sorri, pois é assim que me lembrarei de ti.
Sorri sempre, o sorriso é o melhor lenitivo para qualquer amargor.
Quando sentires saudades de mim, também sentirei de ti. Embora meu sorriso seja amargo, estará sempre em meus lábios, porque é assim que passarei pela vida.
Depois de tantos anos te amo mais que ontem e menos que amanhã.