Carta de um Boneco
É feito de um vazio repleto de nada, num corpo oco, feito marionete nas mãos de um qualquer.
Seras tu também um boneco que se deixa conduzir por fios invisíveis e hábeis a um destino feito pela sociedade?
É o próprio vazio que tenta preencher com a rotina de dor e amargura, mas que não deixa de manter um corpo que balança de um lado para outro, equilibrando em saltos frágeis marchando em pisos malfeitos.
Porem, nada tem, a não ser o que ele não pode alcançar, uma alma livre.
Não deixara que lhe atinja a alma, o que não tem.
Mas ele sabe tão bem quanto nós.
Entra pelas portas com cheiro a mofo onde se encerra todos os dias, e fica ali, imovel.
Duro. Sem emoções. Sozinho.
Sem a doçura que já esqueceu das mãos de uma criança, quando mataram a inocencia sonhadora que habitava seus corpos.
Não sera de ninguem mais, é o fim, o vazio. O nada.
Do que sera ele?
Mais nada.