Carta de um Boneco

É feito de um vazio repleto de nada, num corpo oco, feito marionete nas mãos de um qualquer.

Seras tu também um boneco que se deixa conduzir por fios invisíveis e hábeis a um destino feito pela sociedade?

É o próprio vazio que tenta preencher com a rotina de dor e amargura, mas que não deixa de manter um corpo que balança de um lado para outro, equilibrando em saltos frágeis marchando em pisos malfeitos.

Porem, nada tem, a não ser o que ele não pode alcançar, uma alma livre.

Não deixara que lhe atinja a alma, o que não tem.

Mas ele sabe tão bem quanto nós.

Entra pelas portas com cheiro a mofo onde se encerra todos os dias, e fica ali, imovel.

Duro. Sem emoções. Sozinho.

Sem a doçura que já esqueceu das mãos de uma criança, quando mataram a inocencia sonhadora que habitava seus corpos.

Não sera de ninguem mais, é o fim, o vazio. O nada.

Do que sera ele?

Mais nada.

LOIRALIZ
Enviado por LOIRALIZ em 16/05/2010
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