Amor

Como é surpreendente o amor. Ele leva ao inferno e ao céu. Ele tira o chão, mas ao mesmo tempo ele te traz de volta a realidade, te coloca em órbita, ou fora da rota.

O amor faz com que a gente saia no frio, se enfie em um lugar qualquer entre o nada e a coisa alguma, e ache o melhor lugar do mundo. Leva a gente a fazer coisas que normalmente odiaríamos, sem nem notar que é tão ruim. E o mais interessante, é que não se torna um suplício, não. A gente realmente quer fazer. Porque? Simples, qualquer momento perto, qualquer atenção, qualquer carinho torna o mundo imensamente melhor. O Amor deixa o ser humano terrivelmente bobo. Sim, nos tornamos o tipo de pessoa que se contenta com pouco, muito pouco. No entanto, as vezes queremos tudo. Vai entender! Aí, nada é suficiente, nada serve, e nada tá bom, porque queremos mais um pouquinho de atenção, ou mais um beijo daqueles que você não espera. Um abraço, pelas costas, daqueles que a gente ganha junto um beijinho na nuca, um cheirinho no cabelo, e quando as mãos se procuram.

Quando a gente pensa que tudo é de um jeito, as coisas mudam. O amor é surpreendente lembra? Ele faz a gente sentir tanta saudade as vezes, que parece que tem séculos que não ouvimos a voz, mesmo tendo segundos ou mesmo ainda estando perto. Como se os sentimentos se tornassem maiores, mais intensos e mais difíceis de serem entendidos. Sentimento de segurança? As vezes a gente tem de sobra. Alguns dias somos os mais fortes e bonitos do mundo, mas em algum momento, somos tão pequenos, como se tudo fosse ruim em nós. As vezes sentimos que vamos envelhecer juntos, outras que não somos bons o suficiente e que provavelmente tudo terminará logo.

Esse é o amor! Um sentimento tão completo e tão complexo, mas as vezes tão simples. Queria sempre, como diria a música, "a sorte de um amor tranquilo", mas como? Não, eu quero a sorte de qualquer amor, desde que seja amor, de verdade. Quero ter saudade, ter a quem esperar, ter o que esperar. Quero sonhar, mesmo que sozinha, com uma vida cor de rosa, ou cor de abóbora, ou toda colorida como tem que ser. Sonhar com um futuro cheio de nós dois juntos.

Eu quero a sorte de ter comigo. pertinho, os olhos que são os mais lindos e brilhantes, e os mais cheios de vida. Quero os lábios mais gostosos, e o sorriso mais bobo, e quero a gargalhada mais deliciosa do mundo! Quero também, o colinho mais acolhedor, o ombro mais amigo, e o jeitinho mais meigo. Não quero perfeição, porque só perdoamos as imperfeições quando somos imperfeitos, por isso, preciso ser perdoada sempre, logo, preciso de alguém imperfeito. Quero a sorte de ter com quem brigar, do que me chatear, de as vezes chorar, de sentir por alguns minutos, um pouquinho de irritação, mas no instante seguinte, sentir culpa e querer amassar até não poder mais. Não sei se todo amor é assim, mas o meu é.

Sim, é isso que eu quero, um amor surpreendente, que se transforme em várias coisas, que mude, e que as vezes volte a ser como no início. Que nunca seja maduro, a ponto de ser chato, ou monótono. Que nunca seja imaturo a ponto de ser infantil e fútil. Que seja um amor novo a cada dia, cheio de suas surpresas, mesmo que a surpresa seja não fazer nada, não mudar nada. Que o amor que eu quero, seja traduzido exatamente em versos, e em sonhos, e até em um homem que é tão lindo, tão fofo, tão tudo que preciso na vida, parece até que é inventado, que não existe. Um homem que até os defeitos são do jeito que eu sonhei!

Ele se traduz em um mocinho, que é tão mocinho, que dá vontade pegar no colo, e levar pra casa... Gente quero mesmo levar pra casa! Mas tudo bem, o amor espera...

O amor se traduz em um olhar que diz "te amo, minha namorada". E que um dia vai dizer mais coisas e chamará de outro nome, mas sem deixar de dizer, "te amo" e sem deixar de tratar como namorada.

Não quero mais nada, só que esse amor continue surpreendente, forte, intenso, divertido, e enfim, amor!