Encanto e dor.
Olhar-te pela primeira vez.
Encantar-me com teu sorriso,
tuas atitudes e tua voz doce.
Apaixonar-me!
Fazer planos e traçar metas;
Não planos de romances, pois
estes estavam fora do meu
alcance.
Sonhei sonhos solidários e
amistosos;
Reais e palpáveis.
Olhar-te de perto e ouvir tua
voz com maior sonoridade;
Não poder escapar da realidade
crua e fria.
A verdade!
A verdade vista na sua pior forma.
A verdade que não é dita.
A verdade que tem que ser adivinhada.
Falha na comunicação?
Acho que não!
Foi a velha confusão!
Confusão da velha e boa compreensão
com a, as vezes nem tão benéfica,
piedade.
Sonhos jogados ao canto, sentimentos
ao espaço.
O medo de magoar transformado em
atitudes que ferem, que queimam como
ferro em brasa.
E agora?
O sonho acabou, não há remédio.
O que fazer com o vazio e o tédio
instalados?
Não queria sentir esta solidão vazia
e fria;
Quero a outra, a doce e morna.
A que nos traz saudades da pessoa
amada!
2010.