Decisão
Algo não mais estranho é que causara este estado.Cegado os olhos,apoiava-se á beira de um precipício.A um passo,degustava féu na escuridão.O gosto dele,amargo,penetrava lentamente nas artérias,e pulsava,latejante,doente,como se a ponto de um infarto.Alí,pensava em si : no que foi,no que era,no que restava.Cercava-se de vontades e alucinada refletia-se sombra negra que se tornaste sem sentir.Ela chorava pelo jeito fraco em que perdeu o mais bonito:seu sorriso de loça,fino e apreciado.Assim, olhava-o tão doído,como se aquele precipício fosse ele,lhe arrancando a carne,os ossos,(os sonhos).Era lento( e ela áspera).A mente coberta como que por uma cortina de borboletas brancas e leves a deixava pensar em tudo livremente,sem remorso."Seria um descanso",pensava.Amar sozinha teria a consumido tanto,que seu pranto lhe enraizara uma frieza,cética,pálida,quase anêmica.Não precisava dele o tempo todo,mas todo tempo teria que saber que seria dele, pra viver.Mas não tinha raiva.Só tinha ele aceso.Teu sol aceso lhe ardia e o mundo se tornava hostil e tão perecível.Naquele dia difícil,ela se encheu de promessas e vinho.Embriagava a alma de um sopro úmido a fim de que lhe refrescasse as veias e o coração.E naquele marasmo de ser,numa indeliquente vontade de se precaver daquele amor maldito,cega se deixou por ver que ele era alimento: dose de veneno que ela se dava.Lamentar sua "morte",seria uma exaltação perturbada e tão pouco inteligente.Então assim,desvendou-se os olhos,e lançou precipício abaixo um sorriso íntimo e aliviado.Ela pariu a dor,decidida:recomeçar.E teceu no vento um destino tão menino,como se tudo o que já havia sonhado tivesse vivido.Era de novo dona de si.