Pós Ditadura

Rio de Janeiro, 27 de julho de 1989.

Sim, meu caro amigo Antônio, depois de tanto tempo volto a te escrever sobre ela.

Eu soube fazia pouco tempo que ela havia regressado de Paris. Então eis que nessa tarde me batem a porta. Era ela, suada em todo seu esplendor. Quando abri a porta não acreditei, não parecia ter se passado tanto tempo. Ela sorriu e me disse que não poderia se demorar, que só tinha passado lá mesmo para me dar um beijo, pois tinha que organizar muitas coisa, ela realmente tinha chagado a pouco e ainda tinha que encontra uns outros amigos ainda naquele dia. Mas prometeu voltar para uma visita mais longa.

Tomamos umas cervejas e conversamos por um tempinho. Até que ela me disse que ia embora, então perguntei se ela não queria tomar um banho, pois o dia estava quente e ela ainda ia fazer outras coisas depois q saísse daqui. Peguei uma toalha, ela tomou uma ducha e já saiu do banheiro se despedindo e dizendo que voltaria. Foi tão rápido... Mas apesar disso, aquela rápida aparição trouxe uma luz intensa para dentro de minha casa. Depois que ela saiu fui ao banheiro.

Não resisti a um banho, as gotas d água na parede do Box formavam uma rosa. Todo o banheiro exalava um perfume doce, delicioso. Surpreendi-me ao ver a água do chuveiro cair transparente, pois imaginei que cairia furta co, pois suas águas tinham tocado a pouco aquele corpo tão cândido. O sabonete deslizava sobre mim de uma maneira especial. Talvez ainda pela lembrança daquele corpo. A toalha impregnada com o perfume dos cabelos dela me entorpeceu e me relembrou vários momentos felizes de minha história. Agora só posso esperar que ela regresse, posso lhe dizer caro amigo que esse dia foi simplesmente um dia feliz.

Um grande abraço de seu amigo.

Marcos F. Cunha.

(4-I-2008)