Carta de um Alcoólatra

Acredito que tornando pública a minha longa história de sofrimento possa ajudar outras pessoas para evitarem o caminho errado no qual eu conduzi minha vida.

Eu iniciei minhas experiências com a bebida ainda jovem, na adolescência. Lembro que naquela época estava formando minha identidade e querendo me enturmar com os amigos comecei a beber socialmente, como uma maneira de me entrosar com a galera.

Recordo que naquela época tinha um comportamento normal para minha faixa etária, sem problemas maiores na escola ou na família. Mas, vejo também que aqueles primeiros anos freqüentando festinhas e bares com os amigos tornaram parte de minha rotina de forma que adquiri uma filosofia de vida baseada no consumo constante de álcool.

Uns anos depois, passei a consumir bebidas com maior regularidade. Assim, a bebida não estava mais presente em minha rotina apenas aos finais de semana ou após o futebol, pois passei a beber quase que diariamente.

Lembro que após o casamento a rotina de freqüentar os bares não mudou. Nem mesmo com a chegada dos meus filhos mudei meu hábito de beber. Nessa altura do campeonato a bebida estava tão fortemente enraizada em minha vida que era impossível fazer qualquer coisa sem ter a desculpa de tomar um gole para me motivar ou para comemorar algo.

Com o passar dos anos a dependência do álcool foi arruinando minha profissão e meu casamento. As brigas, cismas e desentendimentos passaram a fazer parte do meu dia-a-dia, de forma que não tinha mais paz, nem motivação para viver.

À medida que o tempo corria passei a viver dissolutamente, sem razão clara para discernir minhas palavras e atos. Então, tornei-me uma pessoa agressiva, arredia e perturbada.

A bebida foi aos poucos tirando meu senso de responsabilidade e meu compromisso com aqueles a quem mais amava. Nisso, fui vendo os amigos e familiares se distanciando, para ficarem de longe apontando o dedo e escarnecendo de minha situação deplorável.

Só depois de muito tormento busquei pela primeira vez deixar esse vício perverso. Mas, infelizmente, não tive sucesso da primeira vez, nem da segunda, nem da terceira ... nem de tantas outras tentativas que não sei ao certo enumerar.

Por fim, já haviam se passado mais de 30 anos sendo consumido por essa prisão maldita até que uma luz brilhou no fundo do túnel. Após tantos anos, o álcool prejudicou enormemente minha saúde física e mental, transformando-me numa pessoa alucinada.

Confesso que cheguei mesmo a pensar que minha vida não tinha mais sentido, até que num bendito dia eu tive sucesso ao ingressar-me numa Igreja, onde pude conhecer um novo modo de vida baseado na fé e na obediência da palavra de Deus.

Hoje, graças aos céus, encontro-me liberto da dependência e posso dizer que minha vida está totalmente restaurada, para a glória de Deus.

Esse relato triste, mas totalmente verídico, foi apresentado para permitir que muitas pessoas, especialmente adolescentes e jovens, se desvencilhem desse caminho tortuoso que pode arruinar a vida para sempre.

Siga meu conselho amigo: seja sensato e evite esse sofrimento para você e sua família !!!

Breves - PA, 22 de abril de 2010.

Rodrigo Santos

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Ilha de Marajó – PA, Abril de 2010.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 24/04/2010
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