CARTA AOS COLEGAS RECANTISTAS

Belém, 18 de abril de 2010

Queridos colegas escritores...

Estou neste espaço há dois anos e dois meses, descobrir este espaço foi como ganhar na loteria da vida, desde os tempos de menina rascunhava alguns escritos que se perderam e outros que os encontrei num velho caderno de folhas amareladas pelo tempo.

O velho caderno encontrado tem 30 anos, vocês sabem quando escrevemos no caderno o texto não pega formatação e com a letra grande o verso desce para outra linha do papel e o texto não fica com um aspecto bonito.

Na verdade houve uma época que eu até tinha vergonha de dizer que eu escrevia, geralmente, quem escreve não tem os pés na terra, ou isso é pensado por muita gente que se diz com a cabeça em cima do pescoço e os pés fincados na terra.

Pois bem ainda na época da caneta e papel o velho sonho de escrever um livro já existia, parecia vislumbre ou até mesmo loucura, parecia um objetivo oriundo daquele velho bordão: “plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”...

Todas as árvores que plantei estão longe de mim, ou eu fiquei longe delas devido aos percalços da vida, os quatro filhos estão sempre por perto de um modo ou de outro... A distancia encurtou e tempo também em face do mundo global... Muito bom para matar as saudades...

Confesso que a tecnologia me ajudou a retirar alguns escritos do fundo baú e a incorporar outros, visto que fiquei 25 anos sem produzir texto algum, pensem, nesses abençoados anos de tudo aconteceu um pouco na minha vida, muitos dos meus textos hoje são inspirados em vivencia passadas, experiências que ocorreram nesses anos.

Fui mãe, mulher, doméstica, cozinheira, balconista, empresária, tive muitos altos e baixos, entretanto, mais baixos do que altos, tive depressão por três vezes por causa de conflitos familiares mal resolvidos que se agregavam a conflitos profissionais e crises financeiras... Às vezes a juventude não entende quando os mais velhos dizem que “só há desentendimentos quando os dois querem”... A juventude quer sempre.

Só há um grande arrependimento daquela época, não ter resgatado o fascínio pela escrita, não ter corrido atrás dos meus ideais, não ter pensado mais em mim e menos nos outros, entretanto, daí tiro uma lição: daqui para frente jamais parar... E quero passar isto aos demais...

Portanto, amigos recantistas, estar aqui abriu muitas portas, grandes frestas para enfim realizar meu sonho, suas opiniões, mesmo as menos favoráveis são muito importantes para mim, através delas cresço, quero através deste participar a todos que estarei brevemente editando e publicando um livro de poesias... O pequeno livreto de 80 páginas já está na “boneca” e está me dando muita satisfação.

A grande satisfação merecida faz jus a tudo que passei a tudo que sofri, mas, não quero que pensem que sou uma pessoa triste, muitíssimo, pelo contrário, renovo e cresço a cada escalada da vida, exulto alegria mesmo com um pequeno amargor na alma... Deixo-vos com um grande beijo e peço que torçam pelo sucesso de minha pequena obra...

Pat.

Patrícia P Ventura
Enviado por Patrícia P Ventura em 18/04/2010
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