Militares estaduais: surge um nome da tropa

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Enquanto Heráclito de Éfeso (540a.C. – 470 a.C.) nos ensinou que tudo está em perpétua mutação, Parmênides de Eleia (530a.C. – 460 a.C.) desenvolveu um pensamento completamente antagônico: “Toda a mutação é ilusória”.

Essa visão maniqueísta do homem, da vida e do mundo, portanto, não é de agora e nos perseguirá sempre. Entretanto, se entendermos a natureza como imutável, uma sugestão é deitar-se numa redinha na varanda para esperar a hora da morte fática porque quem assim pensa e age já morreu perante si mesmo e o mundo.

Na década 80, já dissera Delfin Neto: ‘nesse mundo moderno de grandes transformações parar é retroceder’.

Nas operações incansáveis de resgate cabe ao Corpo de Bombeiros atuar. Em alguma época da humanidade isso foi diferente? Sempre seremos nós, qualquer que seja nossa denominação, a estar nos lugares de onde todos correm – nós, militares, quer sejamos federais ou estaduais, pois, na realidade, a verdadeira alcunha que nos une é uma só: somos soldados e os soldados nunca se esquivam, nunca tergiversam quando o que se busca é a salvaguarda do outro, do desconhecido. E fazemos isso por amor ao nosso país, por amor ao ser humano e por amor à pátria amada!

Nas ações humanitárias como a que se verifica atualmente no Haiti e transcendem as barreiras da materialidade, também estamos presentes, nós militares!

Fazer o bem não tem idioma. Fazer o mal também não... Se não estamos lá, apesar de estarmos prontos, é porque questões outras, administrativas, nos prenderam aqui, aquartelados. De toda sorte, nossos irmãos que foram e correram risco de morte, sim, fizeram o que faríamos, pois a linguagem do amor, assim como a do ódio, sofre nuances, mas reverbera sempre positiva ou negativamente na intensidade do agente provocador.

Somos forjados na escola ‘onde se aprende a comandar heróis’. Um dos nossos guerreiros não morreu soterrado porque Deus, nosso guia e mentor, deu a ele a sabedoria de recuar na hora certa. Quando as forças e os limites técnicos e humanos escassam, é hora de retroceder, reequipar, estacionar, orientar, alimentar-se para somente depois seguir em nova navegação...

Atuaram e fizeram o que fizeram não para aparecer na televisão. Fizeram porque acreditam no bem! Fizeram porque foram formados, enquanto jovens, para esse desiderato. ‘Burro velho não aprende a marchar’... Se não se forja o jovem com valores de honestidade, lealdade, compromisso, amor à pátria... Não espere que o homem, o jovem de ontem, cultivará esses valores, isso é fantasia, utopia poética que só existe em contos de fadas. Você acredita em contos de fada?

Quando o que se ganha extrapola o necessário surge o supérfluo. Os ricos sobrevivem graças a isso: eles transformam nossa força de trabalho em lucro, mas não é apenas isso. Eles também desviam, manipulam e furtam o que nos pertence. Mas isso pode mudar.

Há uma diferença patente e substancial entre os beócios que se julgam artistas e nós, heróis anônimos: nós somos filhos da fênix e, portanto, ressurgimos das cinzas; eles, depois da tempestade, desaparecem, graças a Deus! Infelizmente, a máquina é forte demais e cria um novo rosto, uma nova celebridade que também se perderá nos ombros do anonimato. Seria esse ciclo uma prisão intransponível?

Platão (428/427 a.C. – 348/347 a.C.) quando escreveu o texto da alegoria da caverna ou mito da caverna, parte do livro a república, imaginou um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existia uma fresta por onde passava um feixe de luz exterior. No interior da caverna permaneciam seres humanos, que nasceram e cresceram ali. De costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomoverem-se, eram forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde eram projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantinham acesa uma fogueira. Os prisioneiros julgavam que essas sombras fossem a realidade. Um dos prisioneiros decidiu abandonar essa condição, fabricou um instrumento e quebrou os grilhões. Moveu-se, avançou na direção do muro e o escalou, saindo da caverna e descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles.

Platão não buscou as verdadeiras essências da forma física, como buscaram Demócrito e seus seguidores; ele buscou a verdade essencial das coisas. E nossa ação humanitária age dessa forma, além das sombras, pois trabalhamos na crua realidade que a vida nos aprensenta e não num mundo de sombras e de medos que nos querem forçar a acreditar que existe. Todavia, para que possamos ver para além das sombras, precisamos romper os grilhões, ter coragem para o novo – e coragem é algo que nos pertence imanentemente!

Nossos trabalhos, nossos momentos de aflição e dor, nossos direitos... Isso não interessa a eles! por isso não se preocupam. Já imaginou se nas próximas eleições todos os militares do Brasil saírem das cavernas, juntarem-se e formarem uma legião de ex-sombras? Seremos verdadeiros monstros! Vamos mostrar para todos que somos iguais, aliás, diferentes! ‘Nem melhores nem piores – apenas diferentes!’ e nossa diferença está nos valores que temos e cultivamos, pois amamos nosso país, nossa gente e nossa honra!

O voto é a arma! O preconceito é a armadilha... Votamos em todo mundo, mas não votamos em nós mesmos, incrível isso! Quando temos um amigo militar candidato, pensamos: candidatou-se para ter meses de afastamento; candidatou-se para não trabalhar; candidatou-se e, se ganhar, vai esquecer-se da gente... E, pensando assim, votamos em estranhos que nenhum compromisso possuem com nossa categoria. Esses, sim, ‘esqueceram de nós’ para todo o sempre! E esquecerão depois de 2010, acredite!

Em 2010, militar votará em militar! Se em cada estado um militar estadual for eleito Deputado Federal, seríamos, pelo menos, 27 na Câmara dos Deputados, fazendo coro e unindo forças. Mostraríamos que temos força e que viemos pra ficar. Viemos pra lutar por uma sociedade segura, igualitária e justa. Viemos pra lutar pelos nossos direitos, pois só quem é ou já foi militar conhece e lutará por nós. Não apenas um Deputado Federal, mas um Federal e um Estadual em todos os estados! Se não forem os nossos candidatos serão outros.

Na física, existe um princípio universal que diz: ‘Todo espaço vazio tende a ser preenchido!’ nos últimos anos, pecamos muito nesse sentido e os espaços vazios são enormes e precisam ser preenchidos.

O homem é um ser social, político e histórico. Quero me orgulhar de estar nessa onda e tenho a certeza que num futuro, não muito distante de nós, essa será uma das histórias que narrarei aos meus netos – narrativa séria, verdadeira, mesmo que contada por um vencedor, porque quem faz e conta a história, acredite, sempre será o vencedor! ‘Ao “perdedor”, as batatas! – como muito bem disse Machado de Assis.

Em 2010, e o meu candidato, o candidato dos militares estaduais para o cargo de Deputado Estadual será o tenente coronel BM Sérgio Gomes Cavalcante, um oficial surgido da tropa e que certamente mudará, para melhor, os rumos das Corporações Militares Estaduais.

Unir para não dividir – esse deve ser o ideal!

Nijair – Maj QOBMCE

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 16/04/2010
Código do texto: T2200922
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