Mudança é uma porta que se abre por dentro

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Mudança é uma porta que se abre por dentro

O momento histórico que vivemos não pode nem deve ser avaliado de modo estanque. Não podemos pensar que, de repente, como num conto de fadas, os militares do país inteiro, mais notadamente os militares estaduais, resolvemos lutar por nossos direitos, lutar por causa única, objetivando melhorias salariais e tratamento digno, como cidadão que somos.

É chegado o momento de transformarmos o que nos guia, a hierarquia e a disciplina, pilares sustentadores do militarismo que nos diferencia do cidadão civil, em armas a nosso favor. Precisamos, ordeiramente, e isso está acontecendo em nível nacional, mostrar a força que temos, estando unidos. Que nos espelhemos em nosso lema, o de ‘estarmos fortes porque estamos unidos’.

Pensar que a atenção do setor político para nossa causa, com discursos inflamados de parlamentares em todos os recantos do país, é fato isolado, seria outro ingênuo e inócuo equívoco. Não estamos mais bonitos que antes. Não estamos mais importantes que durante a ditadura – única arma utilizada por todos que nos agridem quando se referem aos militares (muitos sequer sabem a diferença entre coronel e soldado, mas nós sabemos!).

Sabemos das dificuldades que é comandar sem recursos. Sabemos da dificuldade que é ser comandado quando o nosso líder não dispõe de voz nem tem autonomia para decidir... Quem de nós nunca sentiu na pele as limitações impostas por fatores externos que dificultaram sobremaneira nossa ação de socorro, ou nossa atividade policial? Culpa nossa? Não! Aliás, culpa nossa, sim! E sabem o porquê? Porque nos trancamos em nossos quartéis e nos esquecemos da nossa função política. Entregamos a gestão da nossa vida a homens que gostam de política – ‘os que não gostam de política são governados por homens que gostam’!

Noutras oportunidades, até nos aventuramos a pleitos. Inúmeros candidatos surgiram, todos ou quase todos até com boas intenções, mas não só de intenção, mesmo as boas, vive o homem. O que idealizamos individualmente tem que passar pelo crivo da coletividade! Não podemos nos julgar o candidato; devemos merecer a candidatura e quem dá legitimidade ao que intimamente idealizamos é a aceitação popular, pois, afinal, os vencedores precisam estar nos ombros do povo. É o povo, como massa amorfa, que dá solidez a todos os que vencem nas urnas!

Este ano, ano de mobilização dos militares, momento histórico NUNCA ANTES VISTO NESTE PAÍS, teremos, novamente, a oportunidade de estarmos lá, de preenchermos as casas legislativas. Seremos mais uma vez acéfalos, desarticulados e fracos? Como homens que possuem por lema estarem fortes por estarem unidos conseguem ser tão fracos? Simples... Com divisão! Se mais uma vez, anseios individuais, movidos pela vaidade de constar na lista de candidatos, superar a vontade coletiva, seremos UM FRACASSO NAS URNAS! PRECISAMOS DE UNIDADE! Se considerarmos o efetivo da Polícia Militar do Estado Ceará e o do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, temos condições, sem mendigar nada a ninguém, de elegermos um deputado Federal (candidato da Polícia Militar) e um Deputado Estadual (candidato do Corpo de Bombeiros) - admitindo-se quaisquer outras possibilidades, claro! Senhores e senhoras, por favor! Isso é matemática simples! E por que não se efetiva? Porque somos DESUNIDOS; porque somos MESQUINHOS em nossas vaidades – preferimos perder ou dar a vaga para estranhos a ter um dos nossos lá, decidindo nossas vidas e de nossos familiares.

Preocupamo-nos precipuamente com o possível sucesso do nosso amigo. Parece que ter um amigo feliz, pleno de realização, isso nos incomoda... Isso mesmo: somos MESQUINHOS!

Quem não tem representatividade não tem vez nem voz! É como filho sem pai – todos querem bater!

Na vida militar, temos o hábito de conhecer nossos superiores pelo nome completo. E isso nos dá certa intimidade e revela, acima de tudo, o apreço, o zelo e a lealdade que temos para com nossos superiores.

Militar deve votar em militar e, para que tudo dê certo, precisamos de unidade na diversidade. Apologia ao militarismo? Sectarismo? Não, absolutamente! A abnegação não surge do nada. Há luta. Oficiais e praças, precisamos dar as mãos numa causa única.

Nijair – Maj QOBMCE

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 16/04/2010
Reeditado em 03/08/2014
Código do texto: T2200918
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