Ao meu amigo
ou estar triste é uma merda!
Estou triste.
Digo isto assim, meio de supetão e sem muitas alegorias porque sei que você entende. Bem verdade que a tristeza anda morando comigo. Nos abraçamos e dormimos em paz. Hoje, porém, decidiu acordar comigo. E eu lhe dei a mão.
Sei que não é sua culpa e que nada pode fazer. E, é por isso que escrevo! Não fumo, não bebo e não cheiro... meu único vício é escrever. E escrevo pra você com a trêmula certeza de que vai entender.
Estou triste mais do que em estado de espírito. Estou triste em carne e osso.
Estou cansada.
E sei que você não é muleta. E, mesmo que se prestasse a este papel eu ficaria no chão... prostrada. Ah, amigo! O buraco está tão fundo que nem vejo luz no fim do túneo... preciso de colo, mas não digo alto porque quebraria o protocolo.
Escrevo essas palavras doentes, porque não tenho voz alta suficiente. Então peço socorro nestes sussurros.
Estou perdida.
E não quero sua companhia. Sua mão em meu ombro me desmoronaria... mas ainda assim precisava de um abraço, mesmo que me tornasse em cacos. Certamente me remendaria...
Estou sozinha.
E não é porque não queira [de fato] a sua companhia. É que ando não me suportando... simulo tanto pra mim, que nem quando a lágrima rola não sei se é de tristeza ou alegria.
Acho que hoje estou na beira do abismo. Quando grito alguém responde, talvez me jogue para me fazer companhia...
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p.s.: ando temperamental, então não venham com comentários estúpidos...