É Madrugada...

É madrugada.

E o choro parece querer chegar.

Sinto sua falta; a falta de um alguém que eu nunca tive junto a mim. Perco-me em mágoas passadas e distantes, mas que sempre regressam para me tirar o sono.

É frio.

Eu não tenho ninguém ao meu lado para me aquecer.

Queria você aqui, mas é apenas um desejo que não pode ser realizado.

Lágrimas deslizam pela minha face; o choro já chegou; calado, percebo que minh’alma se desmancha em prantos.

Não posso lutar;

Rendo-me.

Entrego-me à dor do coração, que contrito pede socorro, mas não há ninguém para ouvir meus gritos.

Estou só.

A insônia me domina e me oprime. Ataca-me com teus reflexos. Sua imagem rouba o que resta das minhas forças.

A queimação em meu peito aumenta.

Soluços surgem tornando meu choro audível.

Sinto que estou caindo.

Não há ninguém para me socorrer, para me estender a mão.

A adrenalina consome meu corpo tornando a sensação da queda doce e suave.

Ouço sua voz como uma doce melodia distante. Criada só para mim. Sua voz se assemelha a um canto angelical.

Continuo caindo.

O chão parece estar cada vez mais próximo, entretanto cada vez que me aproximo dele, parece que não chegarei, parece infinito.

Já não consigo escutar meus próprios gritos de socorro. A queimação torna-se deliciosa, este frenesi me consome.

Desesperado, eu acordo!

Em meu quarto, tudo está em seu devido lugar.

O vento corta lá fora.

Os sons da madrugada são os mesmos; foi apenas uma noite, aliás, outra noite em que você voltou em meus sonhos.

Denis Batista Santos
Enviado por Denis Batista Santos em 30/03/2010
Reeditado em 30/03/2010
Código do texto: T2168118
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