Ele não mora mais aqui
Viajei, num desses feriados prolongados, e quando cheguei, me dei conta de que você não morava mais comigo. Vasculhei a casa, gritei seu nome, nos quatro cantos, mas não ouvi resposta. Sentei, comecei a desfazer as malas e aproveitei para embrulhar as coisas que você havia se esquecido de levar, entre elas estavam seu sorriso, que hoje não preciso mais dele para sobreviver, seu carinho, que passo por ele sem sequer notar, seu beijo, que não lembro mais o gosto que tem, e o que era mais importante para mim: Seu ar, sem ele eu não respirava, morria. Embrulhei tudo com o maior cuidado e joguei pela janela, na caçamba de "reciclados".