Meu improviso
Do meu diário, sem data, do começo de 2009
Não aprendi ainda a ser mais forte, acho que exercito muito pouco minha alma. Eu vivo e morro pelas pessoas, defendo amigos e amores, e quando caio ninguém me salva. Talvez seja uma questão de prática e a perfeição seja o próprio efeito disso: O mundo satisfeito com o meu improviso. Nossa, quando era mais moço meus mestres todos me elogiavam. Mas eu, idiota que sempre fora, metia os pés pelas mãos, as mãos pelos olhos, os olhos pelo coração, e me enrolava todo. O resultado era sempre o coração na mão. Não aprendi a ser forte, minha grande decepção.
Talvez por causa das mulheres que amei, ou pelo menos pensei ter amado, me fazendo de nômade. Cada primavera uma história nova; um corpo exalando pecado. Nossa! Como exercitei meu corpo... Aprendi com as mulheres a real diferença entre o doce e o amargo, e a diferença entre um corpo para um corpo deitado. Seria perfeito viver várias vidas na eternidade de alguns meses se não fosse por não ser assim tão bom e de sinceramente ser um garoto tão fraco.