Arrogância.

Levo muito tempo para me decidir.

Penso no que posso ter que enfrentar durante o meu

curto trajeto, mas, é inevitável, tenho que sair.

No bar, perto de casa, percebo uma alegria forçada;

Por ser artificial, é quase triste.

São pais e/ou mães que se embriagam, enquanto seus

meninos, correndo atrás de papagaio, invadem quintais,

desafiando a ferocidade de um cão ou a ira de um vizinho

pouco tolerante.

Chego a esquina e vejo a escola pública, pouco freqüentada,

por professores, alunos e pais.

Uns não se preocupam com o instruir e outros, por pura

imaturidade, não se dão conta de que precisam aprender.

Passo à porta de um templo, cheio de pessoas.

Pessoas que apelam por um Cristo que nunca fizeram questão

de conhecer;

Os corações embrutecidos não favorece o encontro.

Do alto da minha arrogância me dou conta de uma solidão

dolorida;

Sinto-me moral, espiritual e intelectualmente sozinho.

Como se estivesse em uma escada, olho para baixo e,

arrogante, me vejo em situação mais confortável.

Que triste eu sou!

Março de 2010.

Paulinho de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 14/03/2010
Reeditado em 03/10/2010
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