CONTER AS EMOÇÕES...
Estabeleci regras em minha vida depois que te perdi. Desde a sua partida inesperada os dias dão demonstração de tristeza e insistem em não passar.
As horas parecem mesmo é se multiplicarem. Não durmo mais como antes, pensando em você. Hoje, fico mesmo é acordado durante horas; essas mesmas horas que se multiplicaram, e penso em como estará bem sem a minha presença. Estará bem mesmo?
Porque teve que ser assim?
O que te fiz senão dar sempre carinho e atenção?
Agora, na solidão que me assola a alma sofrida só resta reorganizar o meu caminho em outra direção. Tarefas, lugares e outros amigos; coisas que não lembrem você. Mas como? Tudo lembra você.
Vai ser difícil, pois te vejo ainda nas páginas do livro da minha cabeceira. Vejo a tua imagem no copo de cristal em que bebíamos vinho nas noites de inverno. Ah, o vinho confidente de nossas desavenças.
Acho que não vou suportar. Refazer a minha vida sem você, talvez eu não consiga.
Será que ainda pensa em mim? Afinal, não são tantos anos assim.
É cada dia soa em meu peito como o último em que te vi; linda e pronta para a nossa despedida.
Devo parar, parar de escrever e de pensar em você; ou enlouquecer então.
Conter, é isso, conter as emoções. Não mais expressa-las; conte-las, e assim, um dia desses, em que as ruas estiverem congestionadas de pensamentos vãos, despejar a minha mágoa e me deixar levar à própria sorte do destino.
Ninguém iria notar mesmo. Droga, a não ser que você surgisse por ali. Será que notaria?
Isso aconteceu de verdade!