MEU DIÁRIO I

São Paulo, 07 de março de 2010.

Eu conto meus pensamentos a mim mesmo. Como um diário.

Esta carta é para mim mesmo, mas divido com quem queira ler. São reflexões de meu cotidiano mental que é por demais filosófico, daí o seu enorme valor.

Vamos lá!

É bom viver entre medíocres.

Eu me sinto melhor do que todos. Rio de todos, morro de rir de todos, de sua patética seriedade, de seus nobres sentimentos. Rarararararara!!!!

Enquanto eu tenho consciência de que interpreto uma personagem, esses ridículos que me cercam põem toda sua alma nas declarações que fazem. Eu os olho, eu os ouço; muitas vezes preciso conter as gargalhadas.

Esses tolos pedem mil desculpas o tempo todo por qualquer “falha”; culpam-se, justificam-se, arrependem-se, querem por todo meio que saibamos o quanto são verdadeiros, honestos, justos... Que perca de tempo!

Como um gigante a passear entre formigas, sempre com um riso escondido, dou atenção às bobagens que ouço o dia inteiro.

No começo, ficava irritado em ouvir tantas baboseiras, reclamações e lamúrias das pessoas, mas hoje isso é material para minha diversão.

E minha diversão é perceber o quão inaptos para a vida real são a maioria das pessoas. Idealistas tolos o tempo todo, são eles mesmos o tempo todo, como se houvesse um grande prêmio para o mais franco.

É bom viver entre medíocres.

Contudo, não há motivação para mais. Tenho que tomar cuidado para não me acomodar.

Uma das coisas que mais detesto é perceber que alguém é mais inteligente do que eu, principalmente se for mulher.

Porém, encontrar uma pessoa mais inteligente do que eu é um fato raríssimo.

Contudo esse fato é muito benéfico, pois com certeza farei tudo para superar essa pessoa. Claro que não direi nada a ela, mas vou procurar quais são os seus saberes para superá-los com larga margem de vantagem.

Essa vida de espírito livre me tem sido muito boa. Despreocupado, descompromissado, desculpado, vivo numa boa comigo mesmo, sem crises existenciais, apenas como, bebo, durmo, falo o que quero, escrevo o que quero, sem compromisso com ninguém.

Na aula de sexta-feira, o professor nos fez a seguinte questão, para respondermos em seis linhas e entregar a ele:

Por que sou hipócrita?

Respondi:

Inicialmente, não sou hipócrita. Não sou hipócrita porque não tenho compromisso com a verdade. Esta que de forma alguma pode ser determinada. Não possuo necessidade de provar nada a ninguém, nem a mim mesmo.

Bem, vamos dormir que por hoje é só.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 07/03/2010
Reeditado em 07/03/2010
Código do texto: T2124397
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