7 de março

7 de março 2010

Lamento o fato de que escrever essa carta é uma necessidade. Necessidade por que dificilmente surgiria uma oportunidade para transmitir essas palavras para você de outra forma. E se você as está lendo agora, é por que eu tive a coragem de enviá-la.

Você me conhece muito pouco, e se um dia viesse a conhecer, saberia o quão difícil é para mim dizer o que sinto. Escrever é a forma mais fácil. Sempre foi.

Dentre todas as certezas que já tive nos meus vinte e três anos... a maior de todas elas... com certeza é que esta carta foi a mais difícil de todas que já escrevi.

Procurei um jeito mais fácil, mas receio que não exista uma forma fácil de dizer isto.

Conheci uma pessoa. Foi de forma acidental... não estava a procura. Simplesmente eu era eu e a encontrei. Em pouco tempo percebi que aquela pessoa tinha muito do que procurava.

Eu disse uma coisa, ela respondeu, e foi como se o universo se resumisse a nós dois.

Ela é completamente louca, inconstante, imprevisível, de um jeito que me faz arrepiar.

É tudo o que eu sempre sonhei, sempre esperei.

Ela é você.

Quando está a sós comigo... quando se aquieta em meus braços, quando me morde os lábios, quando me faz calar a voz.

Ela é você.

Quando me faz chorar por estar longe

Quando me faz tremer as pernas por estar indo em sua direção...

Que me fez escrever esta ultima missiva.

Eu escrevo por não ter a certeza de que sou eu que você deseja, que é por mim que você chora.

Eu sempre estive disposto em permitir que você fosse minha única. Exatamente ha um mês eu me abri, me abri completamente para que você entrasse. E você entrou, fez uma enorme confusão, mudou tudo de lugar e saiu.

Saiu deixando um vazio ainda maior do que o que havia antes.

Faz exatamente um mês, que eu tive a certeza de que podia ser você. Podia ser você a pessoa que sonhei em ter ao meu lado.

Faz um mês que eu sou unicamente seu, a despeito de tudo o que você pensou de mim.

Depois do dia 7 de fevereiro de 2010, parte de mim pertence apenas a você.

O que você fez, ou fará dela talvez já não importe.

Por que, talvez, eu não tenha passado de nada mais do que um sonho na sua vida.

Por que eu tenho quase a certeza de que depois de hoje nós vamos nos perder um do outro.

Que nossos dedos nunca mais se entrelaçarão...

Nunca mais andaremos lado a lado.

Lamento por mim, lamento por você, lamento pelo que nós teríamos.

E é a única coisa que consigo fazer agora...

Lamentar.

Lord Penseroso

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 07/03/2010
Código do texto: T2124371
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