Nudez.

Meus passos são firmes, apesar

da idade.

Meu olhar é sincero, apesar da

perversidade do mundo.

Minhas palavras não são medidas,

apesar da vida ser um jogo de

conveniências.

Meu sorriso é aberto e franco,

apesar de todas as mazelas da

humanidade.

Ah, as pessoas...

Lidar com as pessoas, para mim,

não é difícil.

Mas, também, não é muito fácil!

Se elas me abraçam eu as beijo,

se elas me rejeitam eu as desprezo.

Por isto não vivo cercado de ‘amigos’.

Não sou muito ‘político’;

Não me preocupo em cultivar o ‘jogo

de cintura’.

Afeto é o que tenho para oferecer,

mas não o utilizo como moeda de

troca.

Solidariedade não é algo exacerbado

em mim, mas é um exercício que gosto

de praticar.

Não sou muito tolerante, mas gosto de

ouvir e tentar compreender.

Ah, mentira e omissão...

Não consegui, ainda, compreender a

diferença entre uma e outra!

Sou um péssimo negociante;

Quem quiser um ‘negócio da china’,

negocie comigo.

Sou a única pessoa, que conheço, que

produz provas contra si mesmo.

Nem sempre fui desse jeito;

Já tentei ser outras coisas, mas não

consegui.

Percebo, com clareza, que este pouco

que me resta é o que há de melhor em

mim.

Se incomodo os que me cercam?!

É possível que sim!

Mas, por outro lado, me consolo em saber

que não lhes trago nenhum prejuízo.

2010.

Paulinho de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 02/03/2010
Reeditado em 03/04/2011
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