Seremos crianças para sempre, brasileiros?
Convenhamos que o Brasil nos trata quase sempre como crianças, buscando nossa ilusão nos mais abrangentes sentidos. Por uma ingênua loucura, temos consciência disso, porém, aceitamos.
O brasileiro, talvez por tentar redimir-se à sua zona de conforto, tende a não se importar com as coisas mais valiosas que lhe pertence, permitindo que as futilidades impostas sejam levadas sem preocupações.
No decorrer de nossa exímias e, ao mesmo tempo, esdrúxula vida brasileiras, não agimos com o total fervor e capacidade para tornarmos rígidos com nossas atitudes perante as mais variadas imposições feitas pelo nosso país.
Libertando-se desta denominada zona de conforto, nós, brasileiros, conseguiríamos importar e incomodar quando tivesse a notícia de que os políticos votados, não estão cumprindo nem pela metade suas promessas.
Conseguiríamos enxergar que por mais que o Brasil esteja passando por uma de suas mais famosas épocas, principalmente pela sua atuação diante à crise financeira, ainda temos crises piores nos hospitais públicos, no nosso setor policial, em nossas favelas, em nossa educação, em nosso esporte e até em nosso bloco privado de carnaval que entende-se durante todos os dias do ano, chamado “Congresso Nacional”.
Conseguiríamos questionar que se temos uma quantia expressível de milhões de reais para ajudar um país depois de um grande terremoto, porque nunca temos estes milhões quando se trata da construção de um hospital ou de uma melhoria rodo/ferroviária?
Conseguiríamos discernir que dinheiro em roupas íntimas acontece somente diante de um público ávido por diversão.
No dia impagável que todos ou a grande parte da massa brasileira resolver deixar de ser criança e conseguir ver, de maneira mais ampla, em que país está vivendo, talvez mude o rumo que o país está tomando, se não for tarde demais.