Um pedaço de papel.

Um pedaço de papel.

A última lembrança que você terá de mim.

De alguém que não passou de uma ilusão.

Que respirou um ar inexistente.

Meu presságio, me diz que você voltará.

Minha consiência me diz que não.

Minhas palavras vazias, é só o que você terá de mim.

E hoje eu sou o que restou da ilusão.

De ter uma pessoa que eu não sei se é real.

Uma pessoa que agora desaparecera para sempre.

As vezes meus pensamentos me elevam. Eu tento viver como se nada tivesse acontecido. Como se os últimos anos da minha vida fossem congelados no tempo, e eu os ultrapassasse sem olhar para trás.

Mas então, eu vejo que foi real, e que você agora se vai. Mas, e aqueles sorrisos? Eram irreais? Eram mentira? As palavras doces murmuradas minutos antes da meia-noite? Os toques singelos que nos deixavam UMA SÓ PESSOA?

NÃO ERA VERDADE?

A despedida é um lapso de memória feliz e triste.

E minhas lágrimas não valem nem um centavo.

Tudo que restou de mim. Dos nossos momentos... é um papel.

Minhas mãos traçando a cincunferência das letras sem sentido.

E a Vodka nos aborrecera para sempre. Porque com ela, podemos nos convencer alguns minutos, de que o nosso passado, não existiu.

De que somos um rosto desconhecido para ambos.

E eu tenho quase certeza.

De que assim será, para sempre.

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 21/02/2010
Código do texto: T2099144
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