Insônia (migalhas do seu amor)

Mais uma noite se adentra a lua até já adormeceu no céu e as estrelas estão tirando um cochilo, somente eu ainda não dormi, posso escutar o silêncio da noite a ser cortada pela sinfonia das corujas e grilos, quem trabalha na noite eu também ouço, mas nada além disso. Conseqüência das migalhas do seu amor que ainda aprisiona meu peito fazendo passar noites e mais noites em claro, você deve estar dormindo e na longevidade dos seus sonhos eu sequer apareço. É... As migalhas desse amor ainda são grandes, embora, mesmo sendo migalhas ainda me causam tudo isso. Será que ainda a amo? Ou melhor, será que ainda me ama? Esses questionamentos me fazem perder o sono. Apago a luz e a enxergo assustado então, acendo a luz e mais uma vez nada aqui a não ser a solidão de um quarto escuro com alguém com essa insônia. Queria poder estar a vendo para ver se está a dormir ou está pensando, mesmo que não seja em mim, mas pensando e também ficando sem dormir, pois eu já não sei quantas noites estou assim, e você como sempre sem saber de nada desse meu martírio. Bom na sonolência de quem não dorme escrevi essa carta, não sei qual foi o contexto, porem se chegar até suas mãos, tomara que eu esteja dormindo e você acordada a ler essa carta, assim sentirá o gosto do que amarga minhas noites. E se pensar se eu ainda a amo, não saberei responder, deixarei para a minha insônia responder.

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Xande de Matos
Enviado por Xande de Matos em 19/02/2010
Código do texto: T2094683
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