Destruída.

"Me enterre. As minhas lágrimas vazando feito goteira não valem nada para você. Estão sujando este papel com agonia, o qual eu encho que palavras que você nem se quer vai ler. O que eu faço agora? Me encho de Vodka, Whisky, Cerveja, tudo queimando garganta a dentro. Eu tento não pensar na ressaca, tento não pensar em nada enquanto escrevo pra você. Tudo por sua causa. Parabéns, você ganhou, eu me sinto destruída. Tudo que me restou é você. Mas nem você me quer. A vodka me consola, e as palavras mortas também. Hoje escrevo essa carta. Só para te lembrar. Dos momentos felizes que passamos, que você destruiu em um milésimo. Dos beijos em que estávamos envolvidos, que não passavam de uma farsa. Da minha vida que você destruiu, por uma vingança sem pé nem cabeça. Eu me reparto em um milhão de pedaços. Você joga esse papel fora. Quando eu vou esquecer o que passou? Agora, eu me rebaixo escrevendo tudo o que eu sinto, enquanto você me enterra, você só me deixa num passado vingado. A Vodka queimando, minhas lágrimas descendo. Isso não tem valor. Nem mesmo esse papel, minhas últimas palavras. Que você não merece, e não quer ler. Acho melhor eu deixar para lá. Quem sabe o correio não se perde. Ou o destino te faça sentir o que eu sinto nesse instante. Você me enterrou. Mas eu tenho esperanças de voltar. Quem sabe eu não queime esse papel. Cinzas. Semelhantes a mim, fatal, minimizada. Destruída. Mas, que um dia pode se recuperar.

Até nunca mais."

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 18/02/2010
Reeditado em 19/05/2010
Código do texto: T2094333
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