Uma Visita Inesperada

Novamente me recordo da sua bela face angelical.

Com ela, meus medos regressam e cercam-me.

Tenho medo. Será que o sofrimento também voltará?

Lágrimas brotam em meus olhos.

Dores sufocam meu coração.

Você voltou com mais força e intensidade.

Não lhe esperava, por isso temo.

Temo, pois não posso prever as consequencias de sua visita.

Não sei a gravidade do mal que me provocará desta vez.

Na verdade, eu nunca me esqueci de seu rosto, apenas o escondi em uma parte da memória, em que acreditava, estar tão bem guardado para não me perturbar. Surpreendo-me comigo mesmo. Nunca me permiti esquecer aquela bela face que tanto amei; mesmo em dor, sempre desejei tê-la, nem que fosse em meus sonhos e fantasias; mas a guardei para sobreviver; a guardei bem lá no fundo da memória, para que ela não me tirasse a sanidade.

Mas ela se libertou. E voltou.

Voltou intensamente.

Voltou violentamente.

Tento resistir, mas você roubou minhas forças, novamente me enfraqueceu. Sua visita me assusta. Eu te amei demais e paguei este amor com dor e lágrimas. Tenho medo. Medo de novamente pagar um alto preço. Medo de nunca te esquecer totalmente. Medo da chama renascer e incendiar meu peito, pois se isto acontecer, será uma passagem de ida para o mundo triste que por muito tempo habitei.

Começo a gritar por socorro, mas minha voz não consegue sair.

Não sei o que será de mim.

A única solução visível aos meus olhos, é me entregar, e deixar que você me consuma, me envolva, me domine...

Denis Batista Santos
Enviado por Denis Batista Santos em 12/02/2010
Código do texto: T2083865
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