DUAS FACES
Teço cordial antipatia por aquela face distorcida,
Irreverente, arrogante, reflexo de Narciso!
Não entendes que furando alguém este alguém sangrará?
Até a morte! Pétalas boiando sobre este sangue! Sangue inocente!
Língua envenenada! Beijas para matar?
As tuas palavras cortam como navalha, feridas expostas! Não percebes?
Prepotente! Tudo ouve, tudo vê, tudo sabes... És o melhor? Em Tudo?
Eloquente! Um cerebro que só exala idéias! E os sentimentos?
Frieza! Artimanhos da inocência acreditar na tua mudança! Duas Faces!
Eu te conheço! Duas caras! Assim, dessa forma, Vomitarte-ei!
E os outros? Tolos, não enxergam!
Corpo esculturamente perfeito, inteligente, desejado!
Psicologicamente vazio, alma insensível!
Quem tu és? Quem ama mais que a ti mesmo?
Nunca fez um mal notório! É verdade! Nunca matou, nunca roubou!
Um exemplo! Só isso basta? E o sentimento ao próximo? Basta!
Não suporto mais! Tenha compaixão!
Um dia a terra há de comer tua face impecável,
E aí não serás nada! Será igual a todos que inferiorizou.
Vai! Na tua equivocada onipotência! Só saiba fraternalmente que apesar de tudo,
Ainda consigo nutrir por ti uma sufocante cordial antipatia!.