DUAS FACES

Teço cordial antipatia por aquela face distorcida,

Irreverente, arrogante, reflexo de Narciso!

Não entendes que furando alguém este alguém sangrará?

Até a morte! Pétalas boiando sobre este sangue! Sangue inocente!

Língua envenenada! Beijas para matar?

As tuas palavras cortam como navalha, feridas expostas! Não percebes?

Prepotente! Tudo ouve, tudo vê, tudo sabes... És o melhor? Em Tudo?

Eloquente! Um cerebro que só exala idéias! E os sentimentos?

Frieza! Artimanhos da inocência acreditar na tua mudança! Duas Faces!

Eu te conheço! Duas caras! Assim, dessa forma, Vomitarte-ei!

E os outros? Tolos, não enxergam!

Corpo esculturamente perfeito, inteligente, desejado!

Psicologicamente vazio, alma insensível!

Quem tu és? Quem ama mais que a ti mesmo?

Nunca fez um mal notório! É verdade! Nunca matou, nunca roubou!

Um exemplo! Só isso basta? E o sentimento ao próximo? Basta!

Não suporto mais! Tenha compaixão!

Um dia a terra há de comer tua face impecável,

E aí não serás nada! Será igual a todos que inferiorizou.

Vai! Na tua equivocada onipotência! Só saiba fraternalmente que apesar de tudo,

Ainda consigo nutrir por ti uma sufocante cordial antipatia!.

Caline Fonseca
Enviado por Caline Fonseca em 08/02/2010
Reeditado em 08/02/2010
Código do texto: T2076254
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