A carta de amor que me ficou no bolso
“Bem sei que muito me custa deixar-te, mas outro caminho não vejo a seguir”
……………………
É com lágrimas que se despede a:
Cylmar:
Sim, tens razão; dói-me, dói-me muito, mas tem de ser. Sonhos d’amor!... tudo, tudo perdido!... E o culpado fui eu! Desviei-me da vida e tudo errei na vida.
Oh! como eu pergunto baixo a mim mesmo: o mal não tem remédio?
Tudo, tudo perdido…., o nosso amor, a nossa vida! E o culpado fui eu, só eu! Dei-te todo o meu amor, toda a minha ternura, queria-te como se fosses já a adorada companheira que Deus me tivesse dado na vida, e afinal……. Oh! Cylmar, como é a vida! Sou eu agora que fujo de ti!
Fui mau, sou mau? Oh! Cylmar, a minha dor é bem mais ruim!
A minha dor!..........
Tudo, tudo perdido…… O que irá ser de mim? o que irá ser de ti? Tantos dias de sol tive na minha vida… E agora, Cylmar, tudo foge, tudo é negro para diante……………
“Numa grande agonia a alma se ensombra,
“E perdido o meu sonho pelo espaço,
“Eu diviso-o por fim…………..
“E procura afeições e encontro sombra,
“Ergo os braços e abro-os num abraço
“E só me encontro a mim……….”
Oh! Cylmar, como estes versos cantam bem a tristeza da minha alma!
E amo-te, Cylmar; e amo-te ainda mais quando sei que vou perder-te! Espera…. Se tu… se eu… Mas não! Eu estou a escrever! Perdoa! São palavras doidas de alguém que se sente perdido, doido também. Não, tem de ser: tudo está terminado entre nós. Eu não quero levar amanhã à tua vida mais uma lágrima, não!
Adeus, adeus, Cylmar. Tudo está terminado entre nós.
Tudo!..........
Amo-te – é tudo quanto sei dizer; amo-te – é tudo quanto sinto ainda!
Antonio
P.S.
Já depois de te ter fechado esta carta, é que recebo a tua segunda carta. Abro-a novamente para te confessar que ela me deixou hesitante no caminho a seguir. Custava-me tanto, tanto…
Pedias-me que te fosse ver!.....
E para quê?! Para ferir ainda mais o meu pobre coração……….. Não, se tem de ser dói menos assim.
Olha, Cylmar, um só pedido – e será o último – te quero fazer: deixemos estar as nossa cartas, as nossa recordações, onde estão. Pode ser que um dia……. Se Deus nos proteger………
Olha, diz também à Maria … Mas não, não digas nada. Diz-lhe apenas que sou tão amigo dela como um irmão é amigo de uma irmã.
E adeus.
Pode ser que um dia……..
Adeus, adeus!.......
Antonio
“Bem sei que muito me custa deixar-te, mas outro caminho não vejo a seguir”
……………………
É com lágrimas que se despede a:
Cylmar:
Sim, tens razão; dói-me, dói-me muito, mas tem de ser. Sonhos d’amor!... tudo, tudo perdido!... E o culpado fui eu! Desviei-me da vida e tudo errei na vida.
Oh! como eu pergunto baixo a mim mesmo: o mal não tem remédio?
Tudo, tudo perdido…., o nosso amor, a nossa vida! E o culpado fui eu, só eu! Dei-te todo o meu amor, toda a minha ternura, queria-te como se fosses já a adorada companheira que Deus me tivesse dado na vida, e afinal……. Oh! Cylmar, como é a vida! Sou eu agora que fujo de ti!
Fui mau, sou mau? Oh! Cylmar, a minha dor é bem mais ruim!
A minha dor!..........
Tudo, tudo perdido…… O que irá ser de mim? o que irá ser de ti? Tantos dias de sol tive na minha vida… E agora, Cylmar, tudo foge, tudo é negro para diante……………
“Numa grande agonia a alma se ensombra,
“E perdido o meu sonho pelo espaço,
“Eu diviso-o por fim…………..
“E procura afeições e encontro sombra,
“Ergo os braços e abro-os num abraço
“E só me encontro a mim……….”
Oh! Cylmar, como estes versos cantam bem a tristeza da minha alma!
E amo-te, Cylmar; e amo-te ainda mais quando sei que vou perder-te! Espera…. Se tu… se eu… Mas não! Eu estou a escrever! Perdoa! São palavras doidas de alguém que se sente perdido, doido também. Não, tem de ser: tudo está terminado entre nós. Eu não quero levar amanhã à tua vida mais uma lágrima, não!
Adeus, adeus, Cylmar. Tudo está terminado entre nós.
Tudo!..........
Amo-te – é tudo quanto sei dizer; amo-te – é tudo quanto sinto ainda!
Antonio
P.S.
Já depois de te ter fechado esta carta, é que recebo a tua segunda carta. Abro-a novamente para te confessar que ela me deixou hesitante no caminho a seguir. Custava-me tanto, tanto…
Pedias-me que te fosse ver!.....
E para quê?! Para ferir ainda mais o meu pobre coração……….. Não, se tem de ser dói menos assim.
Olha, Cylmar, um só pedido – e será o último – te quero fazer: deixemos estar as nossa cartas, as nossa recordações, onde estão. Pode ser que um dia……. Se Deus nos proteger………
Olha, diz também à Maria … Mas não, não digas nada. Diz-lhe apenas que sou tão amigo dela como um irmão é amigo de uma irmã.
E adeus.
Pode ser que um dia……..
Adeus, adeus!.......
Antonio