Tinha
Abraçávamos, falamos em poesia
Paisagem gris e um sol de bronze
Falávamos em poesias e os versos
Abraçavam-nos magnificamente
E nos calávamos.
Nesse silêncio ínfimo enublavam
Imagens...
Imagens de carne, osso, poeira e fogo.
Fogo que devorava ideias, angústias,
Prantos.
Tantos, tantos...
Virávamos a vida pelo avesso
Intermediávamos entre
Razão, emoção, atividade e repouso
Olhava-te pronta e não me opunha a nada
Sem pressa...
Sem presentes, pretéritos nem mesmo futuros
Quão saciado ficavas
Gritavas em amplitudes
O meu nome
Tua voz cristalina entrava em mim
E isso nos dava liberdade
Colhíamos palavras
Palavras que ninguém inventou
Só a loucura!
Metade de mim ainda é poesia
Só uma metade...