Despedidas...

"Caminhos não há.

Mas os pés na grama os inventarão."

(Ferreira Gullar)

E sobe aos sentidos o cheiro de terra molhada,

A noite estava calma, lágrimas serenas escorreram pelas janelas

Despedindo-se dos céu que antes tocara...

Elas lavam caminhos e levam dores... que são tantas e infinitas

Quais caminhos? o que fica? o que me fica? Por que essa chuva me dói tanto, tudo chove aqui, escorre face abaixo perdendo-se na enxurrada da noite, o silêncio me rasga a alma, o pensamento exala pelos poros, sangra no coração...

Silêncio, silêncio, chuva

Um frio, calafrio, náuseas, tormentas

Dor intensa...Que as chuvas não levam

A noite me entra

Noite nos olhos,

Olhos que adormecem...

Despedidas

Das chuvas, dos pensamentos, dos versos que foram vida

Dos sonhos que ja não me cabem

De tudo o que já não me basta...

Despir-me dos apegos que não necessários me encontram

E tudo foge dessa realidade, que só quer descanso

Descanso...

Descanso...

É hora de repousar o passado, descansar as entrelinhas, e dar tempo aos olhos.

E tudo perde, se perde nessas águas que de mim buscam calmaria...

Marcia G
Enviado por Marcia G em 09/01/2010
Código do texto: T2019713
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