Despedidas...
"Caminhos não há.
Mas os pés na grama os inventarão."
(Ferreira Gullar)
E sobe aos sentidos o cheiro de terra molhada,
A noite estava calma, lágrimas serenas escorreram pelas janelas
Despedindo-se dos céu que antes tocara...
Elas lavam caminhos e levam dores... que são tantas e infinitas
Quais caminhos? o que fica? o que me fica? Por que essa chuva me dói tanto, tudo chove aqui, escorre face abaixo perdendo-se na enxurrada da noite, o silêncio me rasga a alma, o pensamento exala pelos poros, sangra no coração...
Silêncio, silêncio, chuva
Um frio, calafrio, náuseas, tormentas
Dor intensa...Que as chuvas não levam
A noite me entra
Noite nos olhos,
Olhos que adormecem...
Despedidas
Das chuvas, dos pensamentos, dos versos que foram vida
Dos sonhos que ja não me cabem
De tudo o que já não me basta...
Despir-me dos apegos que não necessários me encontram
E tudo foge dessa realidade, que só quer descanso
Descanso...
Descanso...
É hora de repousar o passado, descansar as entrelinhas, e dar tempo aos olhos.
E tudo perde, se perde nessas águas que de mim buscam calmaria...