Aos românticos ou a quem interessar possa

Ando preocupada. Não comigo! Seria pura vaidade, leviandade... preocupo-me com os românticos; mais mesmo com as românticas [minhas irmãs]. Tenho visto estórias lindas de amor. Mas há também as muito feias! Daí surge um romântico autêntico e grita a plenos pulmões: “- o amor supera tudo!” Um verdadeiro conhecedor de causa – com olhos cheio daquele febre incontida de paixonite aguda – complementa: “- amar é sofrer!” Digo logo que não acredito nessas frases de efeito, que com efeito só servem para fermentar amores que só tem como resultado o azedo vinagre.

Antes do “amor”, do "amar”, existem pessoas! E como bem aprendemos na escola, ações só podem ser praticadas por sujeitos. Tá, qual a novidade? A novidade é que amar nem sempre é encontrar conforto, consolo [não venha com a frase estúpida: “amar é padecer no paraíso”, porque também não acredito nisso!]. Tenho a presunção de arriscar [na minha pacata experiência de vida] que seja apenas um momento de encontro. Duas pessoas que já se encontraram [ou pelo menos descobriram boa parte de si, sua essência quem sabe?] e que podem realmente compartilhar quem são. Se você nem sabe quem é dificilmente administrará uma relação. Pois a busca em aperfeiçoar o outro, maquia a sua busca de si mesmo, o seu descontentamento com o que vê refletido no outro. Você só pode aceitar o outro se aceitar a si mesmo!

E, para as românticas de plantão: romantismo NÃO É ingenuidade ou utopia, é um desejar, buscar, encontrar, aceitar e tocar o melhor do outro [mesmo que não seja o esperado]. Li por aí que “cada um ama a sua maneira, a maneira pouco importa; o importante é que ame” [ou frase similar. Nesta acredito!].

O problema de nós mulheres é curtir alimentar um drama [uma fossa então, nem se fala...], aquele sofrer calado [como se a força com que pensamos neste ou aquele momento faça com que o fim seja amenizado, serenizado ou eternizado – idiotice!]. O problema é que esse é o modelo de amor [que por assistirmos no filme] achamos bonito e tentamos reproduzir. Há um motivo essencial para que “Romeu e Julieta” seja lindo: é uma história! É ficção! A gente vive no mundo real [e põem real nisso!], e não vão ser noites insones, versos sangrados, e-mails enviados, telefonemas dados que tornarão nossa historia de amor linda. Na verdade será um cansaço físico e mental desnecessário para uma constatação fria e cruel [sente-se se estiver em pé!]: - você NÃO É a Julieta e sem dúvida o carinha não é o Romeu!

Desculpe a sinceridade, mas a gente [mulheres] fantasia demais. Não chegamos a sangrar [eu pelo menos, nuca!], mas é certo que sofremos [é tudo mental... tinha um professor de psicologia que dizia que o sexo é um processo mental... sabe lá? Com a intensidade que uma mulher pode fantasiar sobre um relacionamento, e chorar, e sofrer... estou desconfiada que ele possa ter razão...].

Ando praticando. É uma tática de guerra [acho]: análise das táticas do inimigo [neste caso, nem tão inimigos. Quem me dera ter um – rsrsrsrs]. A análise dos fatos à rigor masculino deve ser fria e metódica [é claro que não é um processo fácil, são 21 anos de profunda ignorância de como usar o lado racional do cérebro para processar informações relativas ao amor... mas se estou conseguindo, você consegue!]. Não deixe de tentar [companheiras], esse novo olhar é interessante, mágico! Mas nada de extremos! Afinal nosso problema é esse: mulheres-coração e homens-razão!

De uma pretensa cínica.

Bella Dona
Enviado por Bella Dona em 05/01/2010
Código do texto: T2011626
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