O despedir da covardia

Eu disse.

Prometi a mim mesma, em diversas viradas

Nas datas marcantes,

Nos aniversários da falta, na celebração da saudade

apagar-te aqui dentro.

Bati em meu proprio rosto me forçando a enxergar a falta de saída

a despedida sem abraço

o adeus que, no dito pelo não dito,

nunca vi acontecer.

E te avisava em pensamento

Que te queria fora do meu peito

Longe da esperança sem sentido

Que tava cheia de chororos

De conversa barata, lembrança doída

E findavam meses

Mas a imagem ainda era nítida

E ao completar de um ano... dois... tres

O cheiro tava pregado

O gosto não saia da boca.

Mas dizem que o tempo cura a tudo, nao?

Pois é mentira!

Não curou. Não apagagou, nem me fez esquecer.

Aí afirmam entao que nova paixão conserta coração quebrado

Só que se esqueceram que coração quebrado não se entrega a paixões.

Pois eu disse!

Que esqueceria.

Avisei que tava te apagando

Mas nem eu acreditava nisso né...

Até que o cansaço vestido de orgulho bateu à minha porta

E a exaustão me fez inverter o caminho

A lembrança ainda dói.

A vontade do choro crava no peito.

Mas finalmente entendi

que aqueles que não dizem adeus são covardes.

E de covardes, belo amor, estou farta.

Larissa Godoy
Enviado por Larissa Godoy em 31/12/2009
Reeditado em 31/12/2009
Código do texto: T2003987
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