O despedir da covardia
Eu disse.
Prometi a mim mesma, em diversas viradas
Nas datas marcantes,
Nos aniversários da falta, na celebração da saudade
apagar-te aqui dentro.
Bati em meu proprio rosto me forçando a enxergar a falta de saída
a despedida sem abraço
o adeus que, no dito pelo não dito,
nunca vi acontecer.
E te avisava em pensamento
Que te queria fora do meu peito
Longe da esperança sem sentido
Que tava cheia de chororos
De conversa barata, lembrança doída
E findavam meses
Mas a imagem ainda era nítida
E ao completar de um ano... dois... tres
O cheiro tava pregado
O gosto não saia da boca.
Mas dizem que o tempo cura a tudo, nao?
Pois é mentira!
Não curou. Não apagagou, nem me fez esquecer.
Aí afirmam entao que nova paixão conserta coração quebrado
Só que se esqueceram que coração quebrado não se entrega a paixões.
Pois eu disse!
Que esqueceria.
Avisei que tava te apagando
Mas nem eu acreditava nisso né...
Até que o cansaço vestido de orgulho bateu à minha porta
E a exaustão me fez inverter o caminho
A lembrança ainda dói.
A vontade do choro crava no peito.
Mas finalmente entendi
que aqueles que não dizem adeus são covardes.
E de covardes, belo amor, estou farta.