Não posso te ajudar

Querida Débora,

Não me entenda mal, ainda mais no estado em que você se encontra - de profunda tristeza e incerteza. Saiba diferenciar "renúncia" com "impossibilidade". Não estou negando ajuda só porque sou duro, insensível, distante. Nego-a porque meras palavras serão totalmente ineficazes, quando o que você precisa na verdade é um abraço e um colo para que possa derramar seus prantos. Isso não posso te dar, infelizmente (apesar de que gostaria). Você se mostrou a mim num estado frágil e débil, desta maneira tenho que tomar cuidado em não te dar falsas ilusões e, sobretudo, ter cautela com seus delicados melindres. Perceba minha impossibilidade de estar disponível a todo instante, e ainda ter de adivinhar quando você está mal e precisando de mim. E note que você já ficou brava comigo inúmeras vezes, fora os insistentes chamados de atencão que me dá, exigindo que eu seja apenas seu. Mortifica-me a situação que se criou, pois do mesmo modo me liguei a você - logo que jogou seu corpo em cima do meu (não literalmente, mas é como se fosse). Espero que fique mais calma e encontre o tal "equilíbrio", para que possamos ser bons amigos - na medida de nossa limitações ou o que se impõe como limite.

De seu amigo,

Pedro

Cephas
Enviado por Cephas em 31/12/2009
Reeditado em 31/12/2009
Código do texto: T2003935
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