Silêncio

Amado,

Quero que saíbas que nunca deixei de dar-te provas do meu grande amor, mas, parece-me que de todas as provas e dedicação que a ti revelei, não bastaram para convencer-te da minha sinceridade e do amor que fortemente sinto por ti.

E hoje percebo que apesar de tudo que você fez, disse, sentiu ou sente, nosso relacionamento passou a não ir a lugar nenhum, dentro em pouco, porém você também irá se convencer dessa realidade que nos afasta e nos envereda por caminhos diferentes.

Nesse momento sinto-me dominada por extraordinário mal-estar, há uma profunda tristeza impressa em meu rosto, em meu coração e uma estranha inquietação domina-me o espírito, porque estou persuadida de que seus sonhos e tudo mais que você escolheu para sua vida, tudo o que você lutou e conquistou te levará a desempenhar um importante papel, e a cabo desse tempo do qual estive ao seu lado vendo-te alcançar o que lhe era desejado, percebi que já não restava mais lugar para mim em sua vida, e não culpo-te por isso, meu amor, o contrário, admiro-te... Por ter tido coragem, sabedoria e determinação para alcançar seus sonhos...

Saíbas, amor que está longe de mim censurar a tua dor, asseguro-lhe que dela participo vivamente, porque as tuas lágrimas são sinais infalíveis do teu maravilhoso caráter, mas, espero, contudo, que o tempo e a razão te façam esquecer todos os teus desgostos...

Quanto a mim, sei que estarei entregue sem reservas ao pesar de não tê-lo mais em minha vida, estarei entregue ao pesar dessa terrível dor, porque não terei mais a expectativa de suas visitas, porque os meus mais doces momentos foram aqueles que transcorreram ao teu lado, onde nos amamos, onde eu disse-lhe tudo quanto o meu louco amor inspirava de mais terno, apaixonado e sincero...

Por isso peço-te que deixe-me entregue a esse meu pesar mortal, porque é impossível que o tempo o diminua.

A tua ausência, causa-me grande inquietação, porque gostar é assim, amar verdadeiramente é assim, nada é fácil, mas, às vezes o silêncio tem o dom de tapar os buracos da saudade e da dor que um grande amor deixa, e faz com que esse amor possa prosseguir e atravessar as barreiras do tempo intacto, por isso lança-me ao silêncio de nada mais dizer-me, nada que te faça sofrer, nada que te faça ver-me sofrer...

Adeus!!!

Terça-feira, 29 de dezembro de 2009.

Vanessa G.