Talvez bem-querer, talvez bem-me-quer

Pequena,

Escrevi coisas que não vivemos, vivemos coisas que nunca escreverei. Mesmo no silêncio de uma tarde vazia os teus olhos escreveram versos pra mim. Mesmo no tumulto de multidões houve tempo para os teus lábios me fazerem sorrir.

Não sei ao certo como tudo começou, a que ponto em definitivo me tornei alguém que já não me reconheço. Que já não se vê sem ti. Ao lado, sorrindo. À frente, olhos nos olhos. Em todo lugar, no pensamento e em presença.

Já não sei nem mais o por quê de te procurar assim, mas ver teu sorriso me alivia um pouco os dias. Talvez eu me afaste e veja de longe você passar – e até doa um pouquinho no peito agir assim. Talvez eu não te queira mais ver partir e te agarre com tanta força e por tanto tempo, que talvez te doa um pouquinho a coluna te gostar assim. Te gostar, pequena, te gosta... Bem-querer, bem-me-quer...

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 27/12/2009
Código do texto: T1997467